domingo, 31 de janeiro de 2010

A opinião dos amigos

Dias atrás, recebemos a visita de duas amigas berlinenses para um jantar. Sorte minha que as duas falam espanhol e deu para manter um diálogo razoável.

Certa altura, estávamos conversando sobre o que precisamos comprar para o nosso apartamento e dissemos quais eletrodomésticos iríamos comprar. Como uma máquina de lavar louças não está na nossa lista, primeiro porque acho dispensável e segundo, não temos dinheiro suficiente, uma das amigas quis nos convencer a comprar a bendita máquina.

O argumento:
- Quando chego em casa, à noite, a minha maior alegria é colocar os pratos sujos do dia na máquina.
O contra-argumento do marido:
- Isso porque você não tem um marido para lavar os pratos para você e te oferecer outras alegrias.

Calma! Essa resposta só foi dada depois e só quem escutou fui eu. =P

Agora toda vez que vejo uma máquina de lavar lembro da alegria orgásmica que ela proporciona à amiga solteirona. (Jesus me chicoteia!)

Nada contra as solteironas, tão pouco contra a coitada da máquina de lavar.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O problema com o "R" e com o "H"

Aprender outra língua é bom e interessante, mas também pode ser muito engraçado.

No alemão, a pronúncia de algumas letras é muito diferente do português. O "R", por exemplo, é mais gutural, é pronunciado na garganta (ou sei lá de onde sai esse som). O "H", por aqui, tem som, parece um rosnado (que marido não leia isso), soa como um "R" mais fraco.

Como não poderia deixar de ser, estou tendo dificuldades com isso. Só consigo pronunciar o "R" corretamente quando no meio da sílaba, como em "brot" (pão). Agora se eu tentar falar "restaurant" não vai sair nada legal. Não é como o "R" do inglês, muito menos como o do espanhol. Dá um trabalhinho.

Agora imaginem uma palavra como o "R" e o "H" juntos. Um terror. E a palavra é "ruhe" (silêncio).

A primeira vez que eu tentei falar essa palavra foi um mico total. Saio algo como "rurre".

Se querem entender o tamanho do mico, pronunciem a palavra como escrevi acima, de preferência na frente de uma alemã (ou de uma mulher que entenda alemão) para ver como ela reage.

A sorte é que o pessoal entende e tem bom humor. Deram umas boas risadas de mim!! Eu só ri depois que me explicaram o que eu tinha dito - de vergonha, claro.

Se alguém entendeu/vivenciou o tamanho do meu mico, deixe nos comentários. Se não, explico depois.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um bebê

Estou me sentindo um bebê nesses primeiros dias por aqui.

Qualquer simples palavra que eu falo sou festejada e estimulada. Todo mundo elogia minha pronúncia. É legal, eu sei. Como também sei que isso acontecerá só nas primeiras semanas.

Mas, me digam se tem como errar com palavras do tipo: Gut, sehr, super, genau, tag, ja, nein....

É o mesmo que aprender novamente a falar "mama" e "papa" e todo mundo achar graça do jeitinho fofo que ela fala. Ownnnn!

Quero ver como vai ser a cobrança quando eu começar o curso. =P

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cheguei, povo!

Como não podia ser diferente, a viagem foi tranquila e fui muito bem recebida por aqui. Abaixo, alguns fatos:

1. Uma variação térmica de 40 graus para baixo não é algo recomendável para lábios e rosto. Tudo rachado!
2. Viajar com 50kg de excesso de peso só é bom se você for rico para pagar os 1000 euros de taxa ou se você tem um amigo que conhece um amigo que trabalha na companhia aérea e manda tudo para o seu destino sem cobrar um centavo. Eita que vou sentir falta desse jeitinho brasileiro.
3. Quando alguém disser que você não está com roupa suficiente para um frio de -7 graus, acredite. Ou congelará, como eu.
4. Ter amigos é uma maravilha. Principalmente, quando eles torcem por você (ou não seriam amigos) e te mandam e-mails fofos e te dizem coisas doces na despedida.
5. Ter amigos, conhecidos e desconhecidos que querem deixar sua vida mais fácil na Alemanha, mandando (leiam: doando) roupas de frio e botas para você é muito bom. Principalmente, quando são roupas boas e que você não teria dinheiro para comprar se fosse na loja!

Daqui pra frente, muita história pra contar!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A ansiedade não me deixa

Estou a dois dias da viagem.
Estou tão feliz e tão ansiosa, querendo que tudo continue dando certo.
As conquistas começaram e já dá uma lista, que farei com calma quando chegar lá.

Por enquanto, deixo um "causo" de família:

Tenho duas primas mais novas, irmãs. Uma tem 05 e a mais velha, 09 anos.

Foram me visitar um final de semana e resolveram fazer um espetáculo para mim. Cantaram, como no filme Mudança de Hábito, a música Oh Happy Day.

Claro que eu não deixaria passar e gravei com o meu celular. No final da "apresentação", aviso para as primas:

"Sabe aonde essa gravação vai parar?"
"Na lixeira!" - responde a mais velha.
"Nada disso, vai direto para a Alemanha."
Daí o fechamento, que, infelizmente, não gravei - a mais nova vira pra mais velha e grita:
"HAHAHAHAHAHA!!! Seu cabelo está todo bagunçado!"

Tanta coisa pra uma mocinha de 05 anos se preocupar e foi pensar logo na imagem (e vaidade) da irmã!

Família é um troço esquisito, mas também muito engraçado.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A notícia do ano (só a primeira)

Coloco aqui o email que mandei para os amigos (afinal, vcs tb são e torceram por isso):

"Escrevo para dar a melhor notícia desse 2010.

Como alguns sabem, Paulo antecipou a viagem para a Alemanha porque foi chamado para uma entrevista que aconteceu ontem, dia 06. Era uma vaga de professor (a formação dele) numa escola no Centro de Berlin.

Lá as contratações de professores são diferentes. Não tem concurso. Os currículos são enviados para o Ministério da Educação (ou o órgâo correlato), eles pré-selecionam os currículos e distribuem entre as escolas de acordo o perfil. As escolas depois fazem uma entrevista para conhecer o candidato e dizem ao Ministério se querem ou não contratar o professor.

Com Paulo foi assim, a diferença era que eram duas escolas querendo contratá-lo. Hehehehe. Agora ele tem que escolher a que ele se sentir melhor, a escola fará a indicação e ele será contratado. Tudo bonitinho.

O melhor é que iremos morar na cidade que queríamos, com o melhor emprego que ele poderia ter nessa altura da vida e ainda teremos tempo de conhecer juntos a cidade e o país, pois farei um curso intensivo de alemão de manhã e chegaremos em casa no mesmo horário. Tardes "quase" livres (pq ele precisa preparar aulas e eu, estudar).

Que o ano de vocês seja tão bom quanto o meu começou!

Preparem os passaportes! Gente coisa é outra chique!"

Felicidade pouca é bobagem!!!

P.S. Não ando visitando os blogs de vcs pq estou sem net em casa. Acesso de lan house e não gosto de deixar muitos registros meus nessas máquinas suspeitas. Mas, adoro ler os comentários de vocês!!! Não me esqueçam! ;)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O início da saga

Hoje, deixei Paulo no aeroporto. Coração foi metade com ele, claro. Minha viagem é só dia 20. Transferir as duas ia ficar muito, muito caro.

Em função do convite para a entrevista que ele recebeu marcada para o dia 06, adiantou sua viagem para hoje.

As coisas continuam indo bem.

Como vamos pela Condor, o limite de peso da bagagem é de 20kg. A dele estava com 30kg e ele já estava preparando uma explicação ou um pequeno show para não pagar o excesso de peso. Mas, como eu disse, as coisas continuam indo bem, pois exatamente na vez dele, o guichê para onde ele foi direcionado estava com a balança quebrada. Simplesmente, a bagagem passou e o check in estava feito dois minutos depois.

Não faltou quem o chamasse de "cagado", como o povo aqui chama as pessoas sortudas. Contudo, como viajo sozinha (Ownnnn), também fiquei com excesso de peso e seria mais um problema a resolver. e, lembrem-se, estarei sozinha. Pior, meu excesso de peso é maior, uns 40kg, porque - olha! que coisa! - um outro alemão "emprestaria" seu peso para nós e ele levaria os quadros que nós temos para Hamburgo, onde ele mora. Só que não dá pra confiar muito nele, então, conto com mais este peso.

Como a onda de sorte quando começa não para (pára - pq ficou sem assento mesmo?), logo que cheguei em casa, o meu celular tocou. Era um amigo de Recife dizendo que seu ex-marido (é, ele é gay, e quico?) que já foi funcionário da Condor, conhecia uns amigos em SSA e achava que poderia resolver meu pequeno e pesado problema. Aguardo uma definição essa semana.

Tráfico de influência, sabe como é. Eu sou brasileira, alguma coisa eu tinha que herdar dessa cultura.

Estou feliz, aliviada e muito esperançosa.

Que os bons ventos continuem soprando, mesmo com temperaturas abaixo de zero. Brrrrr!!!