sábado, 31 de dezembro de 2011

Eu te desejo...



"Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero..."

Desejo um ano maravilhoso para todos nós!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Parem o mundo que eu quero descer!

Tô bege!
Me amassa que eu tô passada!
Gente!

Estou eu linda, loira e serelepe andando pelo xópis quando passo por um stand de um pessoal fazendo demonstração de chapinha. Eu tenho cachos, né? Né? Pois... Um cara me parou. Né? Pois...

E perguntou se eu era alemã. Eu disse que não. Perguntou se eu falava espanhol em espanhol. Dannnn. Eu disse que não e falei pra ele tentar mais uma vez. Ele perguntou Itália. Eu disse Brasil.

Aí, minha gente, o extraordinário aconteceu.

Ele me pergunta em alemão:
- Você conhece aquela música: "Nossa, assim você me mata. Ai se eu te pego, ai se eu te pego." (E canta a música em portumão, né, gente - português + alemão, pegou?)

Gente, como assim?

Alguém me acorda? Acho que estou sonhando. Ou eu, sei lá, passei por um portal dimensional e fui parar num xópis no Brasil?

Depois dessa, agradeci e dei as costas.

Porque... oi?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Duas coelhas, uma tacada só!

Eu, com cara de %$@!&@!
Bruna
Ivana
Lá no Weihnachtsmarkt de Charlottenburg. No sábado. Na sexta (tô bêba?). No frio. E na garoa paulista. Veja o tamanho do sacrifício. NOT! Foi um prazer encontrar ao vivo e a cores Le Bruna e encontrar mais uma blogueira que está morando em Berlin. Só falta agora marcar um café decente, né Ivana? rsrs

Beijos procês!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Meu presente de Natal

Acabei de ganhar meu presente de Natal!

Meu irmão me liga pra negociar a vinda da minha mãe pra cá no próximo verão alemão. Estou eu pensando que ele ia querer bancar a passagem dela ou coisa parecida, quando ele me avisa que em junho do ano que vem ela estará babá do meu sobrinho.

Pois é. Eu serei tia. Minha cunhada está grávida! Já está com quatro meses (essa mania nova do povo guardar gravidez em segredo, né? rsrs)

E olhem só vocês, eu nunca imaginei que sentiria uma emoção tão grande, um amor tão grande ao receber essa notícia.

Fiquei tão feliz, mas tão feliz!!!

Pra mim, meu presente de Natal.

Como ele é meu único irmão, alguém aí me explica como é ser tia? ;)

Boas festas!!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Festas!

Eu não queria ter que escrever hoje que eu vou viajar, vou passear pela Europa e que, por isso, deixo logo aqui os meus desejos de um Natal cheio de presentes, porque, né, estou sonhando e a viagem pela Europa ainda não irá acontecer. Vou ficar o tempo todo em casa.

O que sobra é o meu sincero desejo de que a vida seja doce, as recompensas sejam à altura dos desafios e os presentes sejam de grife. :)

Como, pelo visto, não teremos um Natal com neve em Berlin, deixo uma fotinho fofinha:

Feliz Natal!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Sobrevivi ao 2011

Eu sei, o ano ainda não acabou, mas ainda assim, já quero fazer minha "avaliação" anual.

Esse ano eu fiz muitas coisas, alcancei alguns dos meus objetivos, desisiti de outros, criei novos. Foi o ano para voltar ao mercado de trabalho, começando um estágio em março. E, ainda assim, continuar o aprendizado em alemão.

Foi o ano que eu aprendi que, às vezes, a gente tem que frear e saber a melhor hora de tomar as decisões certas. Como eu fiz ao desistir do mestrado. Não me arrependi.

Também aprendi que se ninguém me valoriza, sou eu a primeira a fazer isso. E que ser feita de boba não é legal.

Percebi que existem coisas que sempre podem e precisam ser melhoradas se quisermos ir adiante. Não dá pra esperar que as coisas simplesmente aconteçam. Por isso, comecei um curso de inglês, tendo aulas particulares, e me matriculei num curso de extensão que começa em janeiro.

Em novembro, depois de seis semanas procurando emprego, comecei um estágio novo. Apesar dos grandes desafios, sinto que estou dando passos largos, aprendendo muito também. Porém, preparada para voltar às buscas em alguns meses. Afinal, não dá pra contar com um opção só. Até porque, nem sei se é uma opção ainda, mesmo que eu esteja muito satisfeita com a empresa. Não depende só de mim. Se eu fosse a mulher maravilha...

Para o ano que vem, tenho muitos outros planos. Mas, dessa vez, mais dosados. Principalmente e mais importante, quero levar mais em consideração as minhas vontades e desejos. Quero continuar lembrando de quem eu sou e o que eu quero para mim. Quero aprender a caminhar sozinha novamente. E de novo, e de novo.

Quero continuar tendo a certeza de que estou fazendo as coisas certas. Porque, inverno ou não, a primavera ainda está em mim e o bonito está aí para ser visto.

Tem horas que as "certezas" falham. Nessas horas, e não são poucas, é bom lembrar quem somos para não se deixar abater. Faço isso agora, nesse momento. Ter um blog ajuda muito nesse sentido. Um diário aberto aonde você pode voltar e reviver momentos bons e ruins, mas que te mostram que você sempre seguiu em frente, apesar dos pesares. Levanta, sacode a poeira e brilha! ;)

Eu vou seguir em frente. Vem comigo?

sábado, 17 de dezembro de 2011

Saldo da semana

30 horas de reuniões.
11 páginas de protocolo.
Chegando em casa quase todos os dias às 23h.
Festa da empresa maravilhosa, com direito a bronca por ter chegado às 02h da quinta-feira sem dar notícias. (Adolescente, oi?)
Diretores no meio dos funcionários dançando e cantando.

Aí pra fechar a semana com chave de ouro:
Reunião de departamento terminando (terminando não, eu é que fui embora mais cedo!) às 22h30 com direito a sair na rua no meio de uma tempestade, levando vento na cara, daquele que desequilibra o corpo, e gelo, muito gelo. Porque o dia que aquilo for neve, eu mudo meu nome pra Asdrubolgildilaine.
Cheguei em casa encharcada e cansada.

Mas, com um sorriso no rosto por ter resistido.

Obrigada pela torcida!
Ótimo final de semana pra vocês.
Agora eu vou voltar para o meu estado de preguiça.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A prova de fogo (ou as provas...)

Essa semana que começa será, talvez, a semana mais difícil nesses quase dois anos de Alemanha. Não só por conta de forças externas, como internas também.

Acompanhem comigo:

Uorquixópi de três dias na empresa (até quarta), 12 pessoas participam, só diretores. Nesses três dias, português, alemão e inglês tudojuntomisturado. E quem tem que prestar atenção em todas as decisões que serão tomadas nesses dias e ainda tomar nota? Quem não é fluente em inglês? Que se atrapalha toda pra falar enquanto pensa em alemão? o/

Os dias começarão às 08h e não terão hora pra acabar. Porque as conversas continuam nos jantares, né?

Na quarta à noite ainda, festa de fim de ano da empresa num clube chique que tem aqui. Povo, eu não nasci pra ser fina... E a pose? O povo que estará no uorquixópi estará lá também e eu tenho que "fazer a social". De novo, português, inglês, alemão e chinês depois de uma taças, porque eu tenho certeza que vou embaralhar tudo.

Dia 15, quinta, meus enteados chegam para morarem conosco forever (ou até eles baterem asas e voar). O que significa muita adaptação daqui pra frente. De todos os lados.

Dia 16, sexta, reunião de planejamento 2012 da minha área, aonde serão discutidos os projetos e ações decididos no uorquixópi de três dias e que tem que estar na ponta da minha língua. Em alemão, pelo menos. Terminando com um jantar não sei aonde.

Não tem um dia que eu saiba quando ou em que circunstâncias chegarei em casa.

Meu futuro pode ser definido nesse uorquixópi. Se houver parceria, tenho chances... se eu der conta do recado, tenho chances... Se eu fizer merda, fudeu... Pensem na pressão que eu mesma me coloco. (Porque essa história de "tô nem aí, tô nem aí" só cola mesmo em música.)

Os enteados é um assunto à parte, porque a história não acaba quando acaba a semana. Eu adoro esses meninos, mas uma coisa é só passar férias, né? Outra coisa é tentar manter a individualidade de casal.

O trabalho é bom, mas é ruim. Sabe como é? Pesado, exigente, cheio de coisas novas, num mercado que eu não conheço direito. Eu já sabia de tudo isso antes de entrar. Eu só não sabia que ia ser assim tudo tão "atropelante". Fiz um mês lá dia 07 e parece que já estou há uma eternidade. A minha sorte é que meu chefe estudou direitinho a cartilha de "como ser um bom chefe".

Se eu não aparecer aqui pra dizer que eu sobrevivi, podem ter certeza que me joguei atrás do trem. Ou pulei do térreo. Vai saber, né?

A coisa que eu mais queria hoje era ser um feto de novo. ;)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sobre o tempo

A leitora/amiga Babita deixou um comentário perguntando "qualédemermo" desses alemães por serem tão interessados no "tempo".

Para a maoria dos brasileiros, "tempo" é só assunto para bater papo no elevador:
- É, acho que vai chover...
- Será? Não parece.
- O sol está meio tímido, né?
- É.

E morreu aí.

Como baiana, conheço duas estações: verão e chuva. Sim, chuva pra mim é uma estação. Porque, no geral, na Bahia faz verão o ano todo. Só que tem épocas que chove. Consequentemente, as temperaturas "refrescam". Pode durar um pouco mais ou um pouco menos que uma estação. Ponto.

Na Alemanha, além do fato das quatro estações serem beeeem definidas, o tempo é bem maluco, mesmo nas estações.

Por exemplo: novembro do ano passado foi sinistro. Eu quase surtei porque era o primeiro mês cinza que eu vivia na minha vida. Assim, to-dos os dias eram cinza. Todos.

Já esse novembro foi intercalado entre dias cinzas e ensolarados. Mais ensolarados do que cinzas.

Primeira neve do ano passado em Berlin foi em novembro ainda, finalzinho do mês. Esse ano, a temperatura nem "negativou" ainda. Pleno dezembro e fazendo 8 graus? putz! Então, além das quatro estações, o tempo muda muito mesmo.

As conversas de elevador aqui seriam assim:
- Acho que vai chover hoje.
- Vai nada, eu olhei a meteorologia hoje. Vai ter uma rápida ventania das 08h às 10h da manhã, depois o céu abre até às 15h e fica nublado o resto do dia.
- Sim, mas se fica nublado, ainda corre risco de chover.
- Que nada. A temperatura vai baixar bastante à noite. Pode ter até granizo.
- Ah, mas granizo é chuva.
- Cara, eu disse que não vai chover!
- Eu ainda acho que vai chover hoje.

Os caras saem do elevador e...

Chove.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O príncipe e os bêbados

Estou eu linda, loira e serelepe no meu vestido de princesa, NOT, no meu casacão de frio mesmo, quando entro no metrô pra voltar pra casa e observo a seguinte cena:

Um príncipe sentado ao lado de um súdito, conversavam em inglês. Não sei como, nem porquê, dois senhores visivelmente bêbados começam a conversar com o príncipe. Só que, gente, em russo/polonês/não sei, mas parecia.

E o príncipe, super simpático, entrando na conversa e respondendo (respondendo?) de volta em inglês. O súdito ficava rindo do príncipe e da situação. Bobo da corte, né? Pois.

Foi um diálogo muito interessante. Eu não estava entendendo nada.

Ai vocês perguntam: e estava prestando atenção por quê?

Gente, sabe o príncipe? Pois, a cara e o estilo do Sawyer, lembram dele? Vocês acham mesmo que eu ia perder a oportunidade de limpar os olhos com um colírio desses? Magina... (marido, você não leu isso. Foi só uma olhadinha, tá? Tá?)

E só durou o tempo de chegar à próxima estação.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pausa para os comerciais

Menina!
Peraí!
Corre não!
Preciso pegar fôlego!
Oh, menina!
Fica quieta!
Que afobação é essa?
Oxe!
Páraaa! (tem que ter acento isso, gente!)
Vou contar pra sua mãe!
Se aquiete!
Ufa!

Bom, deu pra ver que eu estou correndo? Não? Ahhh, sou péssima pra essas coisas.

Negócio é o seguinte: segunda-feira tem um workshop (porque eu sou chique demais pra falar "palestra/encontro/reunião/evento") na empresa e na semana seguinte um de três dias.

Quem participou/ está participando da organização? Pois é. Acertou.

Então, vocês me dão licença que, quando chego em casa, não me dá mais vontade de ficar em frente ao computador, ok? Sem contar que a criatividade está zero.

Eu sei que eu volto. É só uma pausa até essa correria acabar.

Afinal, tenho que dar explicações, né? Pois...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pantufas...

Eu tenho um histórico de micos com a sogra. Alguns já contei por aqui, como esse, por exemplo. Parece perseguição, sendo que eu tenho uma sogra bem fofinha... rs

A última vez que fomos lá, ainda estava me preparando: vestindo roupa, tomando café, pegando água pra viagem (sogra mora em Hannover) etc etc.

Marido me apressando pra gente sair logo, quando já estou no elevador e sinto uma brisa fria nos meus pés. Opa, algo errado por aqui!

Se não fosse a brisinha fria, acho que eu iria fazer 3 horas de viagem de carro de pantufas nos pés. Chegaria em Hannover de pantufas e ficaria passeando nos corredores do asilo (sim, ela mora em um) como se fosse mais um dos "moradores", né?

Ia ser lindo de ver.

Ainda bem que deu tempo de voltar e colocar um sapato. ;)

Foi por pouco.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pão com manteiga - Parte 2

Aí que eu escrevi esse post aqui pra "reclamar" da falta de manteiga salgada e pão de sal (cacetinho/francês) na Alemanha.

Acontece que eu recebi uma "chuva" de comentário das meninas, puxando a minha orelha (com razão, claro, porque são MINHAS meninas, hohohoho) que aqui tem, sim, manteiga salgada e que baguette e brötchen substituem com satisfação o bendito do cacetinho (ui!).

Aí, né? Fui tirar a prova dos nove. Comprei a manteiga Président que é salgada de três jeitos: 1) com cristais de sal ou 2) toda salgada e 3) cara pra cacete em relação às outras manteigas. ;) Mas, pra matar a vontade vale de vez em quando o investimento.

No final de semana, compramos baguette e ...

Se pão com manteiga fosse o únivo motivo para eu voltar para o Brasil, nunca mais voltaria! Rá!

Meninas, obrigada pela dica. A única razão para eu nunca ter encontrado essa manteiga por aqui é que estava perguntando pra pessoa errada: marido! Ele não come manteiga salgada e não gostava da brasileira.

Agora, já sei a quem recorrer.

sábado, 26 de novembro de 2011

Aniversário na empresa. Oi?

Aqui na Alemanha, quando se faz aniversário é o aniversariante que paga a conta. Literalmente.

Numa empresa, mesmo que se faça vaquinhas para comprar presentes, o normal é que o aniversariante leve algum tipo de comida/doce/bolo/whatever para comemorar o aniversário e encher a barriga do povo.

Eu levei Schneeballen, um doce que me foi apresentado pela minha professora de inglês e que eu adorei. São grandes, cheios de chocolate e davam pra alimentar a trupe do trabalho. O doce é tradicional de Rothenburg, uma cidade mais ao sul do país. A professora trouxa a minha de uma viagem que ela fez por lá. As minhas comprei no Weihnachtsmarkt da Alexanderplatz. Pra quem está em Berlin, recomendo uma passadinha lá. ;)

Na minha equipe (uia!) são seis pessoas contando comigo. Mas, dois deles não ficam conosco o tempo todo, pois acompanham projetos em outro andar da empresa. Mesmo assim, comprei seis bolonas dessas.

O pessoal adorou. Meu chefe não parou de agradecer. A alemã da equipe (eu sou a segunda mulher) disse que ia ser o almoço e a janta dela por conta das calorias. Tá, a mulher é mais seca que um poste... E comeu uma sozinha... Justifica.

O que eles me deram? Meu chefe, um aperto de mão. Meu colega, um abraço. A colega, um aperto de mão. Os outros dois não estavam presentes.

Aperto de mão, hein? Vou dar um desconto, porque só tinha duas semanas que eu estava na empresa, né?

E até ontem ainda tinha chocolate por lá pra se comer... Eu acho que exagerei na quantidade.

Detalhe:
Meu chefe me pergunta: "E vai fazer o que hoje?"
Eu respondo: "Um jantar."
Ele: "Ah é, em qual restaurante?"
Eu: "em casa"
Ele: "E vai ter o quê?"
Eu olho pra ele toda sem graça, né? "Meu marido vai cozinhar..." e saio de fininho.
Ele queria o quê? Que eu o convidasse? Menos, né?

No mais, estou mais velha e me achando muito mais gostosa. Pronto, falei! hahahahahaha

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

E a alinça do marido, cadê?

O gato comeu?
A fada dos dentes levou por engano?
O ladrão roubou?

Nãããão!

A moçoila aqui sugou-a com o aspirador. Rá!

A pessoa é tão, mas tão sem talento para as "artes" da casa que até sumir com a aliança do marido, ela some.

Eu juro que foi sem querer e que na hora eu nem percebi. Deixa eu explicar? Obrigada.

É o seguinte: marido, antes de dormir, tira a aliança e coloca em cima do criado-mudo. No dia seguinte, coloca no dedo. Isto é, quando lembra, certo? Por que, nesse dia, parece que ele não lembrou, né mesmo?

Eu sei que foi num dia em que eu estava com o "espírito da faxina" no corpo (que só me faz fazer mer%$) e fui inventar de limpar a casa. (Não foi essa semana, já tem um tempo) Eu lembro que eu ouvi um barulho seco de coisa caindo no chão, procurei e não achei nada. Aí, fui tirar um tapete que temos no nosso quarto para passar o aspirador de pó. Chacoalhei o tapete no quarto mesmo. Passei o aspirador de pó.

Perto da cortina da janela, sinto que "suguei" uma coisa meio que pesada e deixo pra lá. Já tinha entrado mesmo no aspirador, não ia mudar a situação. Quem? Eu? Abrir o aspirador e meter a mão na sujeira só pra ver o que era? Má, nem morta! Fresca e preguiçosa!

O dia passou e marido chega todo sem graça dizendo que não encontrava a aliança de jeito nenhum. Aí, eu lembrei de toda a sequência já descrita e falei pra ele.

Ele, que não é fresco e preguiçoso, abriu o aspirador, tirou o saquinho - que já estava cheio, por sinal - procurou e não achou. A "procura" foi meio sem graça, mas valeu a tentativa. Saco cheio, lugar dele é no? Lixo. Exato.

Jogamos o saco fora na esperança de que a aliança fosse aparecer no dia que a gente parasse de procurá-la.

Você apareceu? Ela também não. Única explicação? O espiríto da faxina é maldito!!!!

Solução? Compramos um par novo, fajutinho, só pra preencher o lugar e minha consciência ficar menos pesada.

No futuro, compramos outras melhores, quem sabe... rsrs

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Virei muié!

Segundo palavras de marido, agora virei uma mulher de verdade. Sei...

Estou fazendo 30 anos hoje. Sim, ninguém leu errado: 30 anos num corpinho de 29.

Minha mãe disse que eu tenho que ser mais esperta, que eu não estou fazendo 30, estou fazendo 20 e 10. Pois então, 20 e 10, tá? rsrs

Eu teria um monte de coisas para filosofar no dia de hoje, mas resolvi que hoje é um dia pra comemorar (levar bolo pro trabalho e jantar com marido) e as "filosofias de botequim" posso deixar para outro dia.

De presente pra vocês, deixo essa música que não tem saído da minha cabeça nesses dias, do tempo que "sertanejo*" era homem do campo...(e eu vim foi do sertão!!)



Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais


Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei


(...)

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz


*eu sei que isso não é sertanejo, o gênero musical...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Daquele cansaço

Sabe aquele cansaço que bate de vez em quando, parecendo que você correu a maratona de São Silvestre sem nenhum preparo físico? Pois é. Você fica se sentindo o cocô da mosca do cocô do cavalo do bandido no dia seguinte, né? E nos dias seguintes, e nos dias seguintes...

Só que aí você percebe que não é um cansaço físico. E inventa de procurar causas, razões e circunstâncias para estar assim. Não acha. Porque, poxa, está tudo indo bem. Você tem um trabalho novo, acorda às 08h pra ir trabalhar (pois é, pois é, pois é), marido cozinha pra você, tem máquina de lavar roupa (falta um ferro de passar que funcione sozinho, é verdade), ainda assim, se sente cansada. E culpada, além de tudo. Porque, oi, a vida "está perfeita".

Pensa mais um pouquinho e lembra de uma outra fase na sua vida em que você sentiu cansaço semelhante e liga os pontinhos. No jardim de infância era sua atividade preferida: juntar pontinhos para descobrir o que tinha por trás.

Eureka! Estou cansada de tentar...

Calma. Vocês vão dizer: "Mas, Eve, você já conquistou tanta coisa nesses dois anos aí e blá blá blá." Né, não? Eu sei.

Até disso eu estou cansada. Eu quero muito que chegue o dia que eu não precise mais conquistar nada, que eu não tenha mais tantos grandes desafios pela frente. Quero parar de tentar aprender alemão, parar de tentar me "fixar" no mercado de trabalho, parar de tentar valorizar o meu "passe", quero parar de tentar mostrar que, sim, estou me adaptando.

Eu li num blog, acho que foi o da Ma, uma vez, em que ela dizia que mesmo depois da fluência e já na Alemanha há 8 anos, ainda cansava ficar o dia todo e o tempo todo falando uma língua que não é a sua.

Acho que esse cansaço deve bater em um monte de gente. São só dois anos, eu sei. Porém, quantos ainda tenho pela frente?

Eu sei também que, no fundo, a gente nunca para. E eu não sou uma pessoa de ficar parada. Só que, ter uma coisa e depois perseguir outra é diferente de ainda estar perseguindo as mesmas coisas que se persegue desde quando se recomeça algo e por tanto tempo ainda. É muita coisa. Estou errada?

A outra fase da minha vida em que me senti assim foi a faculdade. Eu contava os dias para as próximas férias de semestre, fazia contagem regressiva de quantos semestres ainda faltavam para eu me formar, para eu conquistar o meu diploma e ficava naquelas "tentativas": trabalhos, provas finais, greves, brigas com o grupo de trabalho, madrugadas literalmente perdidas porque o professor não apareceu no dia seguinte e tantas outras coisas que me cansavam. E, caramba, eu "só" queria me formar.

Eu não estou sendo ingrata com tudo o que tenho, nem me arrependi em ter recomeçado do lado de cá do oceano, nem tão pouco estou reclamando da situação. Só estou dizendo que estou cansada. E quero muito que esse "recomeço" acabe logo. Quero muito ter a sensação de "dever cumprido".

Vocês não?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Rapidinhas

Sobre o trabalho:
- Está tudo ~lindo~ no trabalho. Desespero passou e já estou conseguindo mostrar um pouco"que não estou a passeio".
- Os colegas de trabalho são bem legais.
- A empresa tem uma "cantina" própria. Está mais pra restaurante, de tão chique que é.
- Os diretores da empresa trabalham no mesmo andar que eu. Aliás, as pessoas mais chiques trabalham no meu andar (Public Relations, por ex.). Ou seja, alguns euros pra investir em roupas "chiques" no próximo final de semana.
- Ah sim, também tem academia. Pois é. Desculpa para permanecer sedentária: não tenho mais.
- É muito fácil chegar no trabalho. Mais do que eu pensava.

Sobre a dona do blog, ora bolinhas
- Gripei no final de semana. Tinha visita em casa e festa pra ir. Assim não deu, né? Hunf. Pelo menos, já melhorei.
- E a casa estava um inferno até hoje. Até marido resolver arrumar e quando cheguei estava um brinco. Ó!

Nota mental:
- Lembrar de não se assustar toda vez que usar botas e algumas unhas reagirem como no ano passado e você tirar a meia cheia de sangue, tá? Tá.

Para pensar:
- Deve ter alguma coisa errada num casamento, quando é a mulher que chega mais tarde em casa e pergunta ao marido: vai cozinhar o que pra mim hoje? E ele responde: o que você quer comer? Sortuda!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Quê?

Gente, gente, gen-te, gen-TE, GENTE!

Dias desses, cunhado estava aqui em casa, né? Aí não sei o porquê, marido falou que ainda tinha que tomar banho. Acho que cunhado queria sair com a gente ou coisa assim.

Aí, eu disse: "Pois, eu já tomei banho hoje." Era, mais ou menos, meio-dia. Pra sentir o drama da coisa.

Marido olha pra mim, com cara de quem já conhece todas as minhas piadas (nem tem mais graça) e diz: "Mas, alemão não é assim."

E eu: "Eu não sou alemã. Tomo banho todo dia." (Notem: eu queria fazer graça.)

Cunhado, fala sério, como se estivesse dando O conselho da minha vida:
"Mas, cuidado para a pele não cair."

Gente, é verdade mesmo? hahahahahahahaha

Eu pensava que nunca fosse conhecer pessoalmente um alemão que não toma banho todo dia.

É bem tipo aquela coisa que você pensa: "Ah não, na minha família isso nunca vai acontecer." Mifudi.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mas por que outro estágio?

Eu mesma disse que não queria outro estágio, pra não entrar no vício e nunca ter um emprego fixo. Eu sei. Só que, quando eu mandei o currículo, eu já sabia que eles não tinham uma vaga "fixa" pra me oferecer. Ora, a vaga era para universitário.

O que me fez decidir mandar o currículo para eles foi, simplesmente, as atividades descritas na vaga, que achei super interessantes. Depois, fui avaliar a empresa, tentar entender um pouco do negócio e passei a me interessar pela empresa também.

Vejam bem: eu mandei o currículo numa segunda, no dia seguinte, na terça, eles já tinham me mandado o convite para a entrevista que seria na semana seguinte. Eles também estavam interessados. Eu fiz a entrevista e no mesmo dia me deram um retorno. Ponto pra eles.

Mas, não foi só por isso que eu aceitei a vaga. Tem, exatamente, três fortes motivos para eu ter aceitado:

1. O salário.Não me sinto explorada, apesar de ainda não ser um salário de verdade, por não ser um emprego de verdade, né? Óbvio.
2. A empresa é líder de mercado no seu segmento. Pois é. Isso significa que, agora, meu currículo tem dois sobrenomes: o meu e o da empresa.
3. Eles querem expandir o negócio para o para um país que eu conheço desde quando nasci...

Eu aprendi muitas coisas com o estágio anterior e, com certeza, não irei cometer os mesmos erros. Talvez, só novos. ;)

Estou encarando esse trabalho como uma prestação de serviços. Eles me pagam pra eu fazer pesquisas e avaliar o mercado. Quando eu terminar meu trabalho, terminei meu trabalho. Ponto. O que vier depois, se vier, é lucro. Afinal, eu já sabia quando mandei o meu currículo.

Agora, vocês devem estar doidos, querendo saber como foi a primeira semana, né? Foi um Ó! Verdade.

Entrei numa área de negócio nova, que conheço muito pouco e tinha uma porrada de material para ler. As horas passavam e eu ia ficando mais confusa. As pessoas falavam comigo e eu não entendia patavinas do que elas estavam falando. Bateu um desespero. Ainda coincidiu com minha TPM que dessa vez veio dramática pra cacete. Aí, o negócio pegou. Além do fato da empresa ter 500 funcionários e eu nunca tinha trabalhado numa empresa com mais de 25.

Sentiu como esse parágrafo foi dramático? Pois é. As coisas só começaram a melhorar depois que meu chefe falou comigo sobre as ideias dele e eu percebi que eu estava sendo muito idiota (além de meu marido puxar as minhas orelhas por isso) de estar querendo aprender tudojuntoaomesmotempoemalemão.

A TPM foi embora e eu consegui relaxar ontem e hoje, enfim. A minha equipe (óia como eu to me sentindo) é super simpática e cooperativa. É mesmo uma equipe. O trabalho promete ser bem entusiasmante e desafiante. Adoro.

Agora é aguardar as cenas dos próximos capítulos.

P.S. E fechamos a semana bem, hein? 11.11.11 (em onze dias é meu aniversário, #ficadica)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Outro passo...

Assim, dia primeiro fiz uma entrevista. A única entrevista de verdade verdadeira nessas seis semanas de procura de emprego. Uma outra foi por telefone e não valeu. rsrs

A vaga era para analista de negócios. Porém, não era uma vaga de emprego, era para estudante universitário (Werkstudent), que não é um estágio e também não é um emprego fixo. Entenderam? Ficando no meio, o salário não é uma "miséria" como é num estágio, mas também não é um salário "de verdade". Daria para o gasto (ou os gastos. rs).

Eu estava estranhando um pouco a minha tranquilidade. Geralmente, antes de entrevistas, fico uma pilha, super nervosa e querendo saber tudo sobre a empresa antes de chegar lá pra a entrevista. O que significaria algumas horas de sono perdidas e alguns textos em alemão pra ler no site da empresa. O que não quer dizer que não tenha feito isso, né? Enfim...

Eu fiquei tranquila o tempo todo, antes, durante e depois da entrevista. Estranho. Apesar disso, foi super cansativa, porque os entrevistadores (um homem e uma mulher) me faziam perguntas não só sobre o meu currículo, como outras mais específicas, do tipo: que perguntas você faria para entrar nesse e nesse mercado? como você imaginaria o posicionamento da empresa nessa e nessa circunstâncias? Nada demais, uma vez que a vaga era pra análise de negócios e eles tinham que saber se eu tinha essa capacidade.

Eu gostei do resultado, não deixei nenhuma pergunta sem resposta e saí de lá com a promessa de que me dariam uma posição até o final da semana.

A entrevista terminou às 11h10. Ficamos cerca de uma hora conversando. Cheguei em casa e às 14h30 recebi uma ligação deles: uma oferta.

Aí eu desliguei o telefone e:
forgifs.com

E depois:
forgifs.com

Ainda convidei marido pra jantar por minha conta. hahahahahaha

Hoje foi o segundo dia. Mas, isso é assunto pra outro post. ;)

P.S. Não falei antes, porque agora, só acredito depois de assinar contrato. Gata escaldada, sabe como é?

domingo, 6 de novembro de 2011

Você percebe que...

alguns* alemães/franceses/italianos/japoneses/... sabem lidar com estrangeiro quando:

- Falam devagar sem você precisar pedir.
- Quando você pede pra repetir por não ter entendido a frase, eles a repetem de outra forma, mais simples.
- Falam olhando pra você.
- Completam a frase que você tenta dizer e que deu aquela engasgada básica.
- E não riem de você, quando você tenta falar uma palavra monstro e dá uma "embaralhadinha".

Eles respeitam suas limitações e eu admiro o respeito deles. ;)

Bom domingo!

*editado, porque né, nem sempre é assim, como a Lorna lembrou nos comentários. Por isso que eu valorizo quando acontece. Rá!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pão com manteiga

Antes do post, uma explicação: pão francês na Bahia é chamado de pão de sal, tá? Entendido? Prossigamos.

Imaginem um pão de sal.
Pão de sal quentinho, acabado de sair do forno.
Agora imaginem uma manteiga salgadinha, daquela amarelinha (cheia de gordura) que só se acha em interior ou em fazendas. Ai, a manteiga Aviação...humm..(suspiros que não deviam estar aqui nesse post)
Pão de sal quentinho com manteiga.

Se não estiver quentinho por ter sido feito na hora, esquenta no forno. A manteiga derrete, né?

Deu água na boca? Pois então...

Imagina aí a pessoa que está, nesse exato, momento a mais de 8 mil quilômetros de distância dessa maravilha de pão com manteiga, morrendo de vontade de comer e sabendo que essa vontade vai permanecer por meses e meses a fio até a próxima ida ao Brasil?

Até as minhas vontades são simples.

Só não deixam de ser vontades. ;)

P.S. Povo no Brasil, por favor, não me matem de inveja, ok? Obrigada.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mais um passo

Semana passada me inscrevi numa Weiterbildung. Que p%$#@ é essa, Eve? No Brasil, acho que é equivalente a um curso de extensão/aperfeiçoamento.

O curso é de gestão de projetos numa faculdade daqui de Berlin (aqui também tem diferença entre faculdade e universidade) e é financiado pela UE. Por isso mesmo e por estar "desempregada" (eu não gosto dessa palavra, humpf!), consegui uma taxa bem em conta. Paguei quase um terço do que já era barato.

O curso começa em janeiro e vai durar seis meses. Encontros presenciais um final de semana por mês e alguns encontros on line.

Como eu desisti do mestrado temporariamente, procurei cursos acessíveis e na minha área. Como parte da integração, é bom fazer algum curso no país em que se está morando. Mostra interesse, mostra movimento. E aqui na Alemanha, eles valorizam muito os próprios "certificados". Então, entrei nessa e estou ansiosa pra saber como vai ser.

Meu curso de pronúncia termina final desse mês. Continuo com o inglês. Professora quer me preparar para o FCE em junho/12. Chique? Eu sou.

Porque, oi? Ao contrário do que o povo pensa, eu não fico o tempo todo dentro de casa esperando a banda passar, né? (venenoooosa!)

Apidêiti: Meu povo, pra quem tem interesse em cursos como esse que eu vou fazer, pode achar nas universidades/faculdades locais ou também na Volkshochschule da sua cidade, que oferecem cursos, por exemplo, de fotografia, arte, pintura, história alemã e são bem baratos. Aqui em Berlin, vocês podem procurar cursos aqui. Boa sorte para nós!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Da série: como ser discreto e delicado em uma pergunta

Então que você é da família de alguém que está desempregado na Alemanha. Você está no Brasil e conversando com essa pessoa (a desempregada) ao telefone. Assinale abaixo a pergunta mais adequada a se fazer:

A) Está procurando outro emprego?
B) Quais são seus planos para o futuro?
C) O que você anda fazendo?
D) E, então, está ficando o dia inteiro em casa sem fazer nada?
E) Nenhuma das alternativas anteriores.

Acertou quem assinalou a letra "D" de "Delicado é o c$%#@&, meu nome é Zé Pequeno!"

Eu nem vou dizer quem foi, porque né, vai pegar mal.

domingo, 30 de outubro de 2011

Alemães e futebol

Na época da Copa, escrevi um post sobre a vibração dos alemães.

Hoje, vou contar um pouco do modo peculiar que eles "torcem".

Marido é marciano hannoveriano (nao me perguntem porque "ano" ao invés de "ense") e desde sempre torceu para o Hannover 96. Quando estava no Brasil, acompanhava os resultados pela internet e agora, aqui, assiste aos jogos na TV.

Daí que o time dele está lá jogando e faz um gol. Ele vibra. Torrrrrr! (gol, em alemão) Daqui a pouco o time dele faz outro gol. Ele vibra novamente. Aí, depois de um tempo, ele diz:

- Agora bem que o outro time podia fazer um gol para o jogo ficar mais interessante.

Quê?

Ou, então, o time (que pode ser a seleção alemã ou qualquer outro time simpatizante) está jogando mal. Ele fala:
- Não está merecendo ganhar, não. Esse gol não foi merecido.

Oi?

Aí, o jogo acaba. Os técnicos de ambos os times dão entrevistas e os jogadores também. Qual o discurso deles? O mesmo.

Sério.

Time ganhou o jogo, mas não jogou bem. O time adversário mereceu o gol que fez. Cometemos muitos erros e...

Dias atrás, assisti ao resume de um jogo entre Dortmund e Köln, que é o time do gato do Podolski. Dortmund ganhou de 5 a 0. CINCO! a ZERO! A torcida do Köln no final do jogo estava como? Vibrando junto com o Dortmund.

Gente, sério, vocês conseguem imaginar isso no Brasil?

Porque, pelo pouco que entendo de futebol, brasileiro quer que o time dele ganhe e pronto. E qualquer resultado diferente disso, o juiz que é FDP, né não?

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Conselheira, eu?

Aí, estava eu, linda, loira e serelepe no supermercado, em frente às minhas prateleiras preferidas (depois das de chocolate, é claro) de maquiagem. Mas, olha, eu não compro, eu só olho, porque falta na minha vida uma Karine pra me dar dicas quentíssimas e me ensinar o quê e como usar. Tutorial? Minha filha, o que falta aqui é talento pra coisa. Eu sei usar, no máximo, batom e lápis. Pronto, acabaram-se os dotes. Enfim...

Eu sei que eu estava lá, criando coragem pra comprar umas sombras coloridas. No momento, estava só namorando mesmo, tentando imaginar se eu não ia ficar com cara de palhaça, quando se aproxima um senhor de mim. Sei lá, devia ter mais de 60 anos.

Já chegou me perguntando:
- Eu poderia contar com a sua ajuda?
Eu, me sentindo A consultora:
- Claro!
- Você saberia me dizer o que comprar para uma menina de sete anos que está começando a se interessar por maquiagem?

E eu, cá com meus botões: "Meu Senhor, o senhor quer comprar maquiagem pra uma menina de sete anos? Vamos lá na seção infantil?"
Mas, na verdade só falei:
- Eu compraria esse gloss aqui que tem gosto de fruta.

Ai, gente, como sou inocente, né?

Ele pega um conjunto de sombras com azul e amarelo misturados e diz:
- E isso aqui pra colorir?

Fofo, o rosto da menina não é um livro de colorir, tá?
- O senhor pode comprar. Mas, ainda levaria o gloss.

Gente, eu sou careta? Porque o cara me cortou depois dessa.
- Err... obrigado, então. Vou me consultar com um vendedor...

Viu? Falta talento até para indicar alguma coisa.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O que eu aprendi morando na Alemanha

Andei pensando esses dias o que mudou, aprendi ou passei a fazer desde que estou morando em Berlin. De momento, surgiram algumas coisas na minha cabeça. Na verdade, eu já havia escrito alguma coisa parecida tempos atrás, mas acho que agora posso falar com mais certeza que antes. ;)
  1. Aprendi a olhar a previsão do tempo antes de sair de casa.
  2. Aprendi o conceito de "vestir-se como uma cebola": cheia de camadas.
  3. Desaprendi a comer feijão e arroz todo dia.
  4. Aprendi a não me preocupar se ouço uma pessoa se aproximando atrás de mim.
  5. Aprendi a olhar horários e opções de transporte quando quero ir a algum lugar.
  6. Aprendi a pegar o "troco" de um centavo de volta.
  7. Acostumei-me com a educação dos cachorros.
  8. Mas, me assusto com a falta de educação das crianças.
  9. Aprendi que os mais velhos, às vezes, não se sentem tão mais velhos assim.
  10. E o que os jovens são os mesmos jovens que encontramos em todo lugar no mundo.
  11. Parei de calcular as coisas em R$ e passei a pensar em euros. O que não me impede de trocar as moedas de vez em quando.
  12. Aprendi que o período de vendas no verão dura um mês. No inverno, já começou. ;)
  13. Aprendi que o Natal é gordo, a primavera é regime, o verão, curtição e o outono, introspecção.
  14. Aprendi que os alemães são educados e gentis quando querem.
  15. E que os turcos ganham em simpatia.
  16. Mas, que os alemães continuam sendo muito mais discretos.
  17. Aprendi que em todo lugar tem brasileiro.
  18. Aprendi que, mesmo que insistam, não há grande diferença na pronúncia de Tochter (filha) e Torte (torta), tem é alemão que é chato mesmo.
  19. Aprendi que eu aprendo e apreendo rápido.
Só falta mesmo o resto. ;)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Os pecados do Natal

Natal? Mas, já?

Façam o favor, então, de dizerem nas lojas que ainda não é tempo de encher prateleiras de doces e guloseimas natalinas? Obrigada!

Porque, meu Senhor, o que mais tem nas lojas hoje em dia são doces e guloseimas natalinas. Coisas cheias de chocolate e açúcar. Cheias de calorias. Cheias de ingredientes que a gente adora. Mas, que finge passar longe.

Gente, sério! Não dá pra passar batido pela seção de doces e guloseimas natalinas num supermercado. Detalhe é quando seu marido não coopera. É o tempo que mais se vende e compra doces por aqui. A variedade é gigante. Tem doces e guloseimas que só existem nessa época, porque a temperatura ajuda a conservá-las. Imaginem aí um chocolate cheio de licor dentro, no verão? Não dá, né?

Eu me pergunto porque tem que ser assim? Porque precisamos passar por toda essa provação? Será que é para sermos bonzinhos e ganharmos presente do Papai Noel?

Assim não dá mesmo. Não é possível.

Fiquem longe de mim, doces e guloseimas gostosas, cheias de chocolate, açúcar e calorias do Natal!

P.S. Aí pra ajudar, vem a Bruna e publica isso. Pô!

sábado, 22 de outubro de 2011

A fogueira que eu pulei

Seguinte, meu povo:

Mais ou menos final de junho, início de julho, percebi uma mancha vermelha no meu braço esquerdo. Como eu tinha, praticamente, acabado de chegar de uma viagem, pensei que fosse queimadura de sol. Era na dobra do cotovelo, grande, mas deixei pra lá.

Aí, percebi outras manchinhas nas panturrilhas, que eu pensava também serem por exposição ao sol. Era verão e estava indo com frequência a parques e gente branquela (oi?) tem a pele muito sensível.

O tempo foi passando e as manchas não sumiam. Até que eu percebi que, não só elas não sumiam como cresciam (aumentavam de tamanho) também. E pioravam quando eu tomava banho (acho que a água quente deixava a pele mais sensível).

Aí eu procurava razões para essas manchas aparecerem. Como não coçavam, nem ardiam, relacionei a stress. Eu tinha esquecido que a do braço tinha surgido no verão, e achava que as manchas, já elevadas à categoria "placas", eram provocadas pelo nível de stress que eu estava tendo no estágio.

Foi quando o estágio acabou, eu relaxei, mas as manchas não sumiram. Pior, surgiu da noite para o dia uma no joelho que começava a crescer rapidamente. As manchas tinham se espalhado nas pernas e nos braços apenas. Tinha dias que estavam mais escuras, outros mais claras.

Decidi ir a uma dermatologista para ver o que era. Cheguei lá, mostrei as manchas e ela mandou eu tirar a roupa. Dois minutos de análise e ela disse: carrapato. Eu disse que não podia ser, que não me lembrava de ter sido mordida por nenhum carrapato. Aí, ela disse que poderia ter um período de incubação de até seis meses. Voltei seis meses na memória desde que a primeira mancha apareceu e aonde eu estava? Brasil.

Não me lembro de nenhum encontro fortuito (ui!) com um carrapato nesse período. E nem sei se foi lá também. Porque, aqui na Alemanha tem carrapatos e quando se deita em gramas de parques frequentados por cachorros, você está exposto a essa probabilidade. Atenção, muita atenção!

Eu sei que eu passei 20 dias tomando um antibiótico bem forte, que acabou com o meu estômago no período e eu não poderia tomar sol, para não tornar as manchas permanentes na pele.

Agora, elas sumiram (algumas ainda estão no processo). Contudo, vocês devem estar se perguntando qual a relação do carrapato com as manchas, né? E mais ainda: que fogueira foi essa que eu disse ter pulado?

Simples, o carrapato (que sumiu no dia seguinte, sem deixar nome e telefone, já que eu estava tão bêbada para não me lembrar desse encontro) me transmitiu uma bactéria, que, por consequência, provocou as manchas na minha pele. Que, se não identificadas e tratadas devidamente, poderiam resultar em sequelas muito piores, como miningite, problemas neurológicos (alucinações e dores de cabeça incluídos), cardiácos e artrite.

Eu fui diagnosticada com a Doença de Lyme ou, em alemão, Borreliose. Eu dei muita sorte, pois, do período que as manchas começarama a aparecer até eu ir ao médico já tinham se passado três meses. Não recomendo que façam o que eu fiz.

Além da "sorte" que eu tive em ter tido as manchas. Poderia logo passar para os sintomas seguintes, né?

Então, meu povo, atenção aos matos que vocês andam deitando, hein? ;)

P.S. Eu só estou contando pra servir de informação, tá? E esperei ficar curada pra não matar ninguém de angústia também. De nada!

P.S. do P.S. Dá licença que vou ali botar o unicórnio azul pra fora, pois ele anda discutindo muito com a fadinha do jardim. =P

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Leste e oeste

O post da Ingrid me animou a escrever sobre o tema. Na verdade, não esperem nenhuma análise história-política-econômica porque daqui não sai nada. O que posso dizer, sobre o meu ponto de vista é: o muro ainda existe sim, como notou a Ingrid. Pelo menos, na cabeça das pessoas.

Saindo nas ruas de Berlin, convivendo e vivendo o ritmo da cidade, consigo perceber e distinguir quem é que mora no leste e quem é que mora no oeste. Sim, tem diferença, seja na moda, no corte de cabelo e até na forma como se comportam.

O oeste é mais cosmopolita. As pessoas são mais jovens e modernas... No leste, até o corpo fala, se é que vocês me entendem. São pessoas mais simples, também mais conservadoras. E mais pobres. A maioria do Hartz VI mora por lá. As pessoas mais velhas também.

Verdade que alguns bairros do leste ou que eram próximos ao leste, como Prenzlauer Berg, estão ficando cult, chiques. Porque, os prédios foram reformados e ficaram mais bonitos, porque o aluguel é mais barato já que pessoal do leste não tem muito dinheiro... Aí, acontece uma migração de jovens casais e mesmo de estrangeiros que querem ter acesso a esses benefícios.

Na ONG em que fiz trabalho voluntário ano passado, tinha um cara que morava em Marzahn, o bairro mais legitimamente DDR de Berlin. Ele se mudou para o Wedding, bairro com maior número de estrangeiros de Berlin. Ele teve (e pode ser que ainda tenha) sérios problemas para se adaptar. Em Marzahn não há tantos estrangeiros assim, a vida é mais de cidade pequena.

Uma vez, ele me disse que sentia falta da DDR. Eu posso entender. Naquela época, ele tinha um emprego. Hoje, sua profissão não existe mais. Naquela época, as pessoas não precisavam tomar decisões complexas. O estado fazia por elas. E "na cidade grande", é cada um por si. O socialismo dava esse conforto.

Eu moro pertinho do memorial do muro, na Bernauerstr. E há tantas histórias de pessoas que queriam fugir, de pessoas que morreram tentando... É uma lista bem grande de vítimas. Mas, ainda assim, há as diferenças. São 20 anos apenas. Não dá nem uma geração ainda.

Será que um dia fica tudo "igual" mesmo? Afinal, sempre vão existir os "saudosistas".

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Explicações - n. 2

Às vezes, penso que escrever no blog é me expor demais. Penso que falo muita besteira por aqui e queria ser mais séria. Ou mesmo que deveria acabar com o blog, porque já deu o que tinha que dar, etc etc etc.

Mas, aí, escrevo textos como o de ontem e vêm pessoas aqui e deixam palavras tão gentis e encorajadoras. Pessoas que nunca nem me viram, mas que, por algum motivo, se identificam comigo.

Eu recebi três emails. Parece pouco, né? Só três emails. Pfff... Olha, te dizer, foram emails tão cheios de carinho e, porque não dizer, cumplicidade, que eu fico pensando no poder da internet.

Meu ânimo mudou. E não é só por saber que não estou sozinha no barco. É por estarmos todos remando na mesma direção. Ou tentando chegar à mesma praia, à mesma ilha, ao mesmo paraíso...

Volto novamente àquele texto de meses atrás. Volto a este aqui. Este outro também. E lembro que eu criei o blog pra mim, pra retratar momentos e avanços. Ele serve a seu propósito.

Eu acho que eu nunca contei que voltei a fazer curso de inglês, né? Não me lembro. Então, estou fazendo aulas particulares com uma professora brasileira, uma vez por semana. Como atividade para a aula dessa semana, que foi hoje, assisti Eat, pray and love. Eu me senti realizada ao ver o filme. Tanto porque entendi uns 80% (com muita modéstia) dos diálogos, como porque têm coisas que acontecem quando têm que acontecer mesmo. O filme sobre uma mulher que quer se "reencontrar" para poder recomeçar. A aula girou em cima do filme, do tema e do que fazemos para nós mesmos. O que eu mereço ganhar da vida? Qual a palavra que me define?

Momentos de reflexões necessárias, que me mostram que, ops, vamos frear um pouquinho? Só tem um mês que você está desempregada. E daí? E se for mais um mês e outro e outro? Vai enlouquecer? Vai sair correndo nua, pelada e sem roupa pelas ruas? (Oi, Bruna!)

Já que está em casa, como disse a Helen nos comentários, vamos lá redirecionar a energia?

Aí minha professora linda de inglês, que virou amiga em tão pouco tempo (na verdade, já era antes de ser a profa.), diz que nós somos "gurus" de nós mesmos. Não temos que buscar a força em outros, mas sim em nós. Eu também acredito nisso. Mas, tem conselhos que precisam ser ouvidos. Tem momentos que precisam ser vividos.

Eu não estou "curada". Meus problemas não se resolveram de um dia pro outro. Contudo, posso dizer que mudei a direção dos meus pensamentos. Se ficar em casa me faz mal, não vou mais ficar em casa. Vou continuar procurando meu emprego, claro. Eu quero, eu preciso dele. Mas, não vou morrer se ele não aparecer agora. Aceitei o que eu já sabia: tudo acontece no seu tempo, além de não ser por acaso.

Assim, a vida segue. Eu sigo. Nós seguimos. Sempre em frente, já que não temos super-poderes para que seja "para o alto e avante".

Obrigada. De coração.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Explicações

Ando muito desanimada. Sim, sra! Desanimada.
Ficar em casa, procurando emprego, escrevendo carta de motivação e não achar muita coisa interessante tem me deixado desanimada. Pra escrever, pra cuidar da casa (Oi? Quem disse que eu gosto de ser dona de casa?), pra estudar alemão, pra comentar nos blogs, pra ficar na net...
Sentiu a empolgação, né?
Tá brabo.
E quanto mais eu fico em casa, mas a coisa piora.
Tem uns textos programados aqui e outros na minha cabeça. É isso que está salvando no momento. Só.
De resto, estou tentando fingir que está tudo lindo, que está tudo bem.
Deveria estar, né? Afinal, emprego é uma coisa que leva tempo pra achar mesmo. Mas, quem disse que eu tenho paciência?
Eu não deveria reclamar. Mas, quem disse que a ideia de ficar ainda mais um tempo desempregada me alegra?
Pois então.
Assim, fica difícil.
Então, vão desculpando aí qualquer coisa. ;)

Óia só o tamanho do meu ânimo, óia:
forgifs.com

domingo, 16 de outubro de 2011

Pagando mico sonhando em alemão

Eu sei, eu já sonhei em alemão algumas vezes. Mas, gente, eu nunca tinha levado uma bronca num sonho por causa do alemão (a língua).

Não lembro mais direito o roteiro do filme sonho, só lembro da bronca mesmo. ;)

Estava conversando com um casal, em alemão, que eu não lembro de já ter visto na vida e, por isso mesmo, não entendo como entrou no meu sonho. O_o Conversávamos sobre não sei o quê, quando o senhor vira pra mim, com-ple-ta-men-te alterado e diz:

- Será que você pode parar de dizer "Uhn? Ahn?" quando não entende alguma coisa? É mais correto dizer: "Können Sie es bitte wiederholen?" (O Senhor pode repetir?)

Eu, toda sem graça:
- Mas, eu não falo "Uhn? Ahn?", eu falo "Wie bitte?" (Como, por favor?) pra mostrar que não entendi.

- Eu nunca ouvi você falando assim. Você deveria se comportar melhor. ;-(

E sei lá mais como o sonho continua, só lembro dessa parte. De cabeça baixa, pedindo desculpas pela minha existência. Sério, levei bronca de um povo que nunca vi, num sonho e me senti um cocô. Hahahahaha
Ai, que vergonha...

Acordei traumatizada.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

22 de maio de 1944, bombardeio em Dortmund

"Eu desci as escadas para o porão e perguntei por você. Disseram-me que você, talvez, estivesse na Wenckerstrasse para ajudar o seu irmão. Eu corri até lá, gritei sempre "Hetti, Hetti" e te encontrei, finalmente, em um porão.

Você esteve completamente envolvida no trabalho de resgate. Quando alguém precisava, uma grande força surgia de você (...). Depois disso, você receberia, em reconhecimento pelo seu sacrifício, a 'Kriegsverdienstkreuz mit Schwertern' (honra ao mérito), uma condecoração que só soldados jogados em campos de batalha e que, raramente, voltavam ao lar, recebiam. Em Dortmund, você foi uma das sete mulheres que a recebeu. Você deveria estar orgulhosa disso. Mas no trabalho de resgate, você exigiu demais de si mesma, e quando, de repente, uma estaca em chamas caiu sobre o seu ombro, seus nervos desabaram. Te levaram a um porão, aonde te encontrei. Apesar do seu lastimável estado, estava feliz por você ainda viver.

(...) Para você se acalmar, recitei para você a bela poesia de Storm (Theodor):

Fecha-me os olhos
com as mãos amadas,
Tudo o que eu sofro
Vai para debaixo das suas mãos em paz

E como a dor,
onda a onda, se acalma,
como o agito da última batida,
você enche todo o meu coração."

Realmente, você se acalmou..."

(Relato do sogro para a sogra, sobre os primeiros anos juntos, escrito em dezembro de 1967. Toscamente traduzido por mim.)

Essa força, esse amor e essa dedicação foram passados de pais para filho. Obrigada por me permitir desfrutar tudo isso nesses oito anos que estamos juntos.

Sim, é hoje.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Parece criança!

Sei lá, a pessoa viaja de carro e pra parecer mais ainda uma criança, só falta perguntar 34781249 vezes: "Já chegou?".

Por que, né? Em viagens longas, a pessoa, além de pensar, resolve contar quantos animais silvestres (porque se fosse contar vaca, né? tudo tem limite na vida!) ela encontra nas paisagens.

Saldo:
39 veados (uma mãe e um filhote passaram em frente ao nosso carro "pela estrada a fora eu vou bem sozinho...")
1 alce
2 corujas
3 águias/gaviões/seiláoqueera

Oi? Eu nunca disse que era normal.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Lüneburg, o post extra

Quando escrevi sobre a viagem, disse que Lünenburg precisava de um post só pra ela. Pois é...

Daí que entramos na cidade, sabendo que íamos encontrar um lugar bonito. Só não sabíamos que seria tão bonito quanto pensávamos e até queríamos dormir lá.

Como a gente não tinha planejado, não achamos quarto na cidade. Os hotéis estavam lotados. Cansados, decidimos procurar um lugar pra sentar, tomar um café e seguir viagem. (Nota mental: nunca, jamais, em tempo algum, peça café numa cidade alemã, se está acostumado com o café forte do Brasil. Peça expresso ou capuccino.)

Andando pelo centro da cidade, encontramos um café. Aliás, foi marido que viu: "Olha lá, Café Brasil!" Sim, Brasil com "s" e não com "z". Pensei logo "Uhuuuu, estou em casa!".

Entramos e marido fez o pedido em alemão. Eu fiquei olhando pro atendente e me perguntando de que lugar do Brasil ele poderia ser, tinha cara de gaúcho ou catarinense... Sei lá... E fiquei encucada, já que ele estava falando em alemão com marido.

Aí, na cara dura que Deus me empresta de vez em quando, toda loira, linda e serelepe, perguntei em português: "Você é brasileiro?". Aí² ele me olha do mesmo jeito que eu olho quando alguém fala em dialeto alemão comigo: sem entender porra nenhuma!

Marido explica que a gente pensou que ele era brasileiro e aí ele fala:
- Meu colega ali entende português.(Acho que ele pensou que estávamos procurando alguém que falasse português)

Fui lá falar com o colega dele. Era espanhol. Quê?

Tá, peraí, o nome do lugar é Café BraSil, o atendente é alemão e outro espanhol? Gente, cadê a originalidade desse povo??? Ou sou eu que estou mal acostumada com os cafés e restaurantes brasileiros de Berlin que são legítimos de fábrica?

Posso classificar como propaganda enganosa? Humpf!

Update: Povo, eu tinha escrito Lünenburg e está errado. A Bruna me alertou. Então, eu estive em LÜNEBURG, sem "n". Obrigada, Bruna.

sábado, 8 de outubro de 2011

De volta ao lar

Como vocês sabem, estava ali fazendo a social. E, além disso, marido queria me apresentar um pedaço do país que nem ele conhecia, Ostsee (conhecido por nós como o Mar Báltico). Como alemão, ele quer porque quer me convencer que aqui tem praias bonitas. Ainda mais depois do desastre que foi o Nordsee. ;)

Antes de falar da viagem em si, tenho que dizer que foram ótimos dias pra mim. Realmente, precisava sair do meu casulo, sair de casa e ver paisagens diferentes. Viagens, para mim, sempre servem como tempo de reflexão, olhando paisagem e pensando, refletindo. Ideias antigas que tinha, foram amadurecidas. Ideias novas surgiram, como inspiração. E voltei pra casa com algumas atividades anotadas, como tirar o blá-blá-blá do meu currículo e me concentrar em fatos! A semana que começa promete ser cheia.

Primeira parada foi Osnabrück, na casa da cunhada. Visitamos também o sobrinho de marido que tem dois lindos anjinhos que adoro (a mais pura verdade) e que já foram tema aqui também.

A cidade tem um comércio bem legal, aonde não passam carros, o que dá um conforto bacana pra fazer compras. Como eu tinha algumas pendências de inverno pra resolver, como comprar meias e a C&A estava em promoção (oi, me chamem de pobre, beijos!), fiz comprinhas também.

De lá (quarta-feira), saímos em direção a Rügen, uma ilha no Ostsee. Como a viagem era longa, pernoitamos numa cidadezinha fofinha, mas antes passamos em Lüneburg (que merece um post à parte...), ficamos lá só um tiquinho. Mas, achei tão bonitinha que voltaria lá novamente.

Aí, chegamos perto de Rügen no dia seguinte, com muita chuva. Chuva de acabar com o mundo, de você estar dirigindo e não conseguir ver a estrada.... Desanimamos, pensando que o tempo todo seria assim... Fomos direto para um hotel, em Stralsund e ficamos pela cidade que, apesar de bonita, não era interessante. Stralsund é a última cidade do continente antes da ilha, a ponte que leva até lá tem 3km.

Maaaas, a sexta-feira foi bem bacana, com sol e céu azul. O que não foi bacana foi a temperatura: 7 graus. Saímos do hotel cedo pra aproveitar o dia, já que não sabíamos o quanto de "tempo bom" teríamos. Aí, agora vou deixar de falação e vou de fotos, que é melhor, né?

Rügen é bonita, tem muita área verde, de florestas, parques nacionais e as cidades tem cara de cidades de seriado de TV antigo.
A praia se resume a pedras e água. Mas, achei bonitinha... rs
Não se deixem enganar pelo céu azul. Estava muito frio, hein?

Saindo de lá, fomos para Usedom, outra ilha do Ostsee. Aí, sim, eu posso dizer que estava numa praia de verdade. Claro, sem coqueiros.
FKK Strand significa praia reservada pra NUDISMO!!

Essas praias bombam no verão, não só as de nudismo, viu? ;)

Em resumo, gostei do que vi e acho que voltaria quando o tempo tivesse um pouco mais quente. Marido quase me convenceu de que, sim, são bonitas.

Tem tanta coisa legal pra se fazer, como caminhadas e passeios, e eu não fiz porque estava ventando muuuito. E, olha, eu posso até aguentar o frio, mas, não me peçam pra suportar o vento, que, meu Deus!, não dá! Não dá!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Que tempo é este?

Meu povo, tem mais de duas semanas que tem feito dias lindos por aqui. Céu azuil, temperaturas amenas (em torno de 20 graus a média), alguns dias, até calor. Final de semana chegamos a 25 graus! Uhuuuu!

Está parecendo que, ao invés de outono, entramos na primavera e o verão vai recomeçar. Verão esse ano foi mixuruca, sem graça, com muita chuva e tempo feio. Outono, nossa! Tá lindo dimais da conta, sô!

E alemão é bicho esquisito esperto, não pode ver um solzinho, um calorzinho, que se joga no primeiro mato parque que vê, uma toalhinha no chão, abre um livro e pronto: tarde perfeita. Cenário de primavera. O povo se apega ao sol de um jeito, que quando ele some, ficam deprê. Claro, né? Próximos meses o sol não será tão amigo assim.

Vou aproveitar as férias "forçadas" e ficar um tempo em stand by. Ando precisando.

O sumiço é por uma boa causa também: visitar familiares e amigos. Fazendo a social total, hein? rs

Eu volto.

Beijos!  

Pedido: eu não vou ativar a moderação de comentários. Vocês tomam conta pra mim? Obrigada! ;)

sábado, 1 de outubro de 2011

Trollando neonazis

Daí que 600 pessoas foram a um concerto de rock para "neonazis", né? Lá em Gera, Thüringen, semanas atrás.
Daí que eles receberam 250 camisetas "digratis" na festa.
Daí que eles levaram essas camisas para casa e, os mais higiênicos (hohoho), lavaram a peça.
Então... SURPRESAAA!

A tinta da camiseta saiu e revelou uma nova figura. O que era "Hardcore Rebellen - National und Frei", virou "Was dein T-Shirt kann, kannst du auch." (O que sua camiseta pode, você pode também). Ou seja, eles podem mudar, se quiserem.

Arrisco a dizer que foi o "golpe do século".

A trollagem master veio de uma ONG/movimento destinada a ajudar pessoas a sairem de grupos neonazistas. Porque sim, existem aqueles que não querem mais ser, mas que fazem parte por serem obrigados. É um jovem que nasceu numa família que já fazia parte de partidos e instituições neonazi. Ou uma pessoa forçada a entrar no grupo como forma de mostrar lealdade ou amor a alguém. Ou mesmo, alguém que entrou por acreditar nos "princípios e ideais" do grupo, mas descobriu que, ou é diferente do que imaginava, ou mudou de opinião com o passar do tempo (ai, as várias formas de rebeldia...).

Todo mundo tem direito a uma segunda chance. É difícil tomar uma decisão dessa, é difícil virar para os seus pais e dizer que não é essa a vida que você quer viver. É difícil sair de uma gangue. É difícil para nós, pessoas "normais", pararmos para tentar entender uma pessoa numa situação dessas. Por isso, essa iniciativa existe.

Bild: (c) exit-deutschland.de
Eu aprovei a trollagem. ;)

Mais aqui, em alemão.

P.S. O que eu chamo de neonazis, eles chamam de "extrema direita". Dificilmente se falaria nazi...