domingo, 31 de julho de 2011

Cabeças vão rolar...

Têm umas semanas que acontecem coisas estranhas na empresa. Têm umas três semanas que ouvi do meu chefe que eu não gostaria de saber o que anda acontecendo por lá.
Têm umas duas semanas que o povo está enrolando no trabalho porque não sabe se o que está fazendo será válido para o dia seguinte.
E essa semana um dos diretores anunciou a sua saída...

A empresa é uma S.A. apesar de pequena, tem muitos acionistas. A empresa nasceu de uma outra grande empresa americana (começa com 3 e termina com M, agora junta. rs) e, aparentemente, ela não estava satisfeita com o posicionamento estratégico da empresa.

Nesse meio tempo, entrou aquele consultor australiano que eu falei, lembram? Pois é. E virou braço direito do poderoso chefão (o presidente).

Fui perguntar a um colega se ele sabia o que estava acontecendo, aí ele me disse que o sócio não pediu pra sair, foi posto pra fora pela empresa americana (como maior acionista, tem esse poder). E que outras cabeças iam rolar. Porém, ninguém sabia nada concretamente.

Tremi nas bases, né? Tipo, oi? Quem é que é o ponto mais fraco da corrente? O estagíario. E fiquei pensando, pourã, agora que já estava até negociando contratação e tudo mais... sobrei. Vou ter que começar a pensar em outras coisas, em começar a procurar vagas, mandar currículos, tudo de novo. Deu uma desanimada. Passei o dia preocupada. Óbvio.

Aí, quinta-feira, fim do dia, sozinha na sala, entra o poderoso-chefão pra falar comigo.
- Quero conversar com você! ("Fudeu!", pensei cá com meus botões)

Eu juro pra vocês que eu esperava tudo, menos que ele tivesse a consideração de vir falar comigo, pra me dar satisfações, gente!!!

Resumindo, ele disse que só queria que eu soubesse que o que está acontecendo na empresa não tem nada a ver comigo, que cabeças vão rolar sim, mas que é só dos diretores. (Num reposicionamento estratégico, quem sai é quem tem o poder de mudar ou não a empresa, né?) E que ele precisa de pessoas que colaborem como EU e meus dois colegas. E que nada do que tínhamos combinado iria mudar.

Cara, véio, rapá! Me pegou de surpresa mesmo. Eu agradeci, disse que sim, estava pensando que minha cabeça rolaria e que achava a atitude dele muito gentil (Es war nett von ihm!).

Depois que eu cheguei em casa, ainda fiquei pensando que minha situação não é tão favorável assim. Que, dependendo da nova cara da empresa, meu perfil não se encaixe e na hora que acabar o contrato de estágio, negociar uma contratação vai ser mais difícil e todo aquele blá blá blá que pessoas quando estão inseguras pensam. Vida que segue.

Aí, ontem sexta, mandei um email pro meu chefe, que está de férias, e contei que coisas mudaram e que o chefão tinha conversado um pouco comigo à respeito. Só não disse o quê. Ele me responde que não estava sabendo de nada direito, que estava se sentindo estranho por isso, mas que estava curioso pra saber o que estava acontecendo. E completa: "Estou ansioso para voltar e saber das mudanças, poder discutí-las com você e pensarmos em soluções. Vou ficar satisfeito se pudermos fazer isso juntos."

Posso contar que, apesar da insegurança ainda estar por perto (porque está perto de todo mundo na empresa mesmo), estou me sentindo um pouco nas nuvens?

As próximas semanas serão interessantes. Essa mais ainda, tirei folga. (depois eu conto)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O que não dizer a uma mulher

- Nossa! Você já tem cabelos brancos? (primeira coisa)
- Nunca reparou? Já tenho vários. (fingindo que não me importo)
- Quantos anos você tem realmente? (segunda coisa)
- 29. (fazendo um esforço ainda maior para mostrar que não me importo)
- Estou começando a ter cabelos brancos só agora, com 43. (terceira coisa)
- Bom pra você. (sorriso amarelo, desisti de fingir)

Bato, mato, trucido ou jogo no lixo?

Nenhuma das alternativas anteriores.

Foi o fofo chefe.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O povo aprende

A senhora minha mãe já cansou de receber umas respostas atravessadas, tadinha, de tanto que ela já me apertou pedindo um neto (deixa pra próxima vida, tá?). Aí, sabe como é, mãe é bicho esperto e aprende a mudar de tática rapidinho, até porque conhece bem os filhos que tem.

Esse final de semana, como sempre faço, ligo pra ela. No meio da conversa, ela pergunta:
- E aí, nenhuma novidade?
- Não.
- Nenhuma mesmo?
- Não, mãe, tudo normal.
- Assim, nem um bichinho de estimação? Um gato? Um cachorro?
- Hahahahahahahahahaha
- Que foi?
- Nada, mãe. Já se viu criar bicho em apartamento? QUE-RO não!
- Que pena!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nove coisas aleatórias

Para mim, missão dada é missão cumprida, por isso, vou contar nove coisas sobre mim que eu acho que ninguém sabe. Oh well, vejamos, você tem um blog e acha que tem ainda alguma coisa que as pessoas não saibam... pois é.

Como eu sou uma pessoa esperta, lembrei que já fiz um meme desse no ano passado, mas com seis coisas que acabaram virando sete. Vou deixar o link aqui e acrescentar mais duas, certo? Certo.

8.  Eu quero tirar a carteira de motorista alemã (calma, ano que vem apenas) só para poder ter uma moto. Enquanto alguns sonham com carros conversíveis, eu sonho em ter uma Harley (sonhar ainda é de graça...).

9. Meu nome ia ser Magdaline! Gente, o que uma mãe pensa quando quer colocar um nome desses numa criança? Bullying na certa, viu? Graças a Deus, segundo a minha própria genitora, eu a fiz mudar de ideia com um chute na barriga toda vez que ela falava esse nome. Geniosa desde o ventre.

Por hoje é só, pessoal!

sábado, 23 de julho de 2011

FAQ - 21. Como é trabalhar numa empresa alemã?

Estou devendo esse post a um monte de gente (duas) que me perguntaram por email como é trabalhar numa empresa alemã.

Seguinte: As duas primeiras semanas foram super esquisitas. Eu lembro de chegar em casa e contar pra marido: "Nossa, o povo lá é muito sério!", "Nossa, o povo lá é muito concentrado!, "Nossa, isso!", "Nossa, aquilo!"

Tirando o meu chefe que já foi logo "se abrindo" para mim desde o primeiro dia (eu até já disse que ele parece mais brasileiro que alemão, e ouvi de volta que sou mais alemã que brasileira...detalhes), todo o resto do povo era muito sério.

MENTIRA!

Sabe aquela coisa de: não te conheço, não vou te dar ousadia? Pois é. Foram duas semanas de reconhecimento de território. Da parte deles e da minha. Eles nem entravam na minha sala (que ainda é do meu chefe e do cara lá que eu rodei a baiana).

Aí o tempo foi passando, fui conhecendo um e outro e pá! Olha o povo fazendo piada e dando risada? Entrando na minha sala pra me dar bom dia e me desejar bom final de semana? Pois é.

Alemão é reservado. Ele se dá o direito de te conhecer primeiro, de saber se você é assim ou assado, do tipo que aceita brincadeira ou não e aí vai entrando na sua vida devagarinho. Mas, ninguém tenta "entrar na minha semana". O que já acho bom.

Sobre a rotina de trabalho, acho mais leve, não só porque sou estagiária (oi? mentira!), mas porque o pessoal não é muito ligado a horário, ao fato de você estar montando um relatório ou lendo um artigo de interesse da empresa, que fique claro, na Internet. Dá 17h na sexta-feira, e o povo já se mandou.

Se chegam atrasados também (oi, eu já fiz isso), ninguém pergunta o porquê. No fundo, o pessoal sabe que você vai descontar no final d0 dia. Compensação de horário, né? Opa, saí 18h ontem (o normal é 17h30). Amanhã, pá, chego às 09h30 (o normal é 09h).

No caso da empresa aonde trabalho, por ser pequena, não há muito a questão da hierarquia. Mas, rola competitividade, sim. Entre eles, os chefões. Eu fico na minha, vendo aonde o barco vai parar e fazendo o melhor que posso fazer. De vez em quando, em momentos que acho apropriados, dou minhas "cutucadas", como vocês já leram aqui. Porque inteligente é aquele que sabe a hora de atacar e não o que fica atirando pra todos os lados, né? E vou conquistando a confiança do povo, e do meu chefe, principalmente (além do poderoso-chefão, claro).

Trabalho de equipe é outra coisa que vejo que é totalmente diferente do que conheço. Existe trabalho de equipe, existe o reconhecimento (foi Fulano que deu essa idéia, Beltrana que montou esse gráfico...), mas falta entrosamento. Falta chegar pro colega e perguntar: "e aí, cara, está precisando de ajuda?" Se você não pedir, ninguém te oferece.

Tirando fatores culturais (tipo: não bater palmas na hora do parabéns de um colega. Rá!), o dia a dia é como toda empresa, usam as mesmas ferramentas, as mesmas teorias "administrativas", mesmos processos. Só um detalhe ou outro diferente. Porque o conhecimento é universal, né? Ui, viajei nessa!

Enquanto isso, vou ali me preparar para mais uma semana. Entendam: relaxar! ;)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Porque, às vezes, o melhor é frear...

De: Eve
Para: Line
Data: 19 de julho de 2011
Assunto: Só procê saber...

que seu comentário hoje lá no blog me ajudou a tomar uma decisão consciente e sem arrependimentos. rs

Estava no caminho pra fazer uma entrevista para uma vaga de mestrado, quando lembrei o que vc tinha falado sobre metas, se preocupar demais com o futuro e cobrar muito de nós mesmas.
Eu queria fazer um mestrado logo para poder valorizar meu currículo aqui (apesar de já ter um MBA, mas no Brasil e alemao é muito fresco com isso), mas ainda nao me sentia segura o suficiente com o alemao para encarar colegas, provas, trabalhos e apresentações num mestrado...além dos estudos e as centenas de palavras novas que ia conhecer por dia. Sem deixar de trabalhar ainda por cima. Mas, mesmo assim, achava que era isso que eu tinha que fazer ESSE ANO e que eu teria que dar conta.
Com isso, no trabalho, o povo fica me pressionando (de um jeito educado e sutil) para eu falar inglês também, a empresa está ficando internacional e tal.

Aí eu pensei, meu Deus, é coisa demais pra mim, eu não tenho mais 20 anos (porque naquela época a gente fazia tudo isso e mais um pouco, só que em português, né?). Será que estou tomando a decisão certa? Será que não estou caminhando para o stress e o fracasso por excesso? Que tal dar uma freada? Ano que vem eu posso tentar a mesma vaga novamente.
Aí, plim, olha lá o que a Line escreveu no blog. Preciso pensar um pouquinho mais em mim e respeitar o meu tempo.
Apesar de eu já saber que nao era a coisa a certa a fazer, e mesmo assim querer fazer, por implicancia e impaciência, faltava o "plim" para eu desistir conscientemente e agora nao estar agarrada no travesseiro chorando arrependida e me achando uma medrosa e fracassada.

Pois é. Obrigada! ;)

Bjs!

Tal qual como escrevi. Tinha acabado de voltar da universidade. Emoções à flor da pele ainda. Nem cheguei a entrar na sala para a entrevista. Tive que esperar 20 minutos, tempo suficiente para olhar o quadro de notas dos alunos desse ano, ver que eles fazem trabalhos, apresentações e provas finais, me imaginar na sala de aula, na correria de trabalho, chegando em casa estressada e ainda tendo que decorar vocabulário e estudar assuntos novos, total concentração...

Quero acreditar que não amarelei. Só respeitei meu tempo, e como a Line disse em seu email de resposta, decidi viver a vida.

Ano que vem tento de novo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Aconteceu no final de semana

A pessoa acorda com o espírito da Faxina no corpo.
O que a faz pensar que deve estar doente, porque a última coisa no mundo que ela gostaria de fazer na vida é faxina.
Mas, né, resolve atender essa "vontade" e vai lavar o banheiro. (Não que ela só lave o banheiro quando dá vontade. Vocês entederam.)
Porque ela queria porque queria lavar os azulejos do banheiro de cima a baixo. Péssimo sinal.
Vai lá, tira as coisas do banheiro, coloca no chão do corredor e pega um balde com água e desinfetante/sabão. Ah sim, a esponja também, né?
E lá vai ela, água prum lado, esponja pro outro, um "lá lá lá" aqui, um "lerê lerê" acolá.
Toda feliz, se sentindo a melhor das donas de casa.
Tá. O que não falta é coisa para lembrá-la, que ela pode ser uma ótima contadora de história, mas uma péssima dona de casa.
Porque, senhoras e senhores, a pessoa burra-maluca-tirada-a-faxineira esqueceu que a maioria dos banheiros alemães, incluindo o da casa DELA, não tem ralo!
Para onde vocês acham que essa "chuva" de água das paredes foi?
Para onde?
Ganha um doce quem respondeu: corredor.
E o que tinha no corredor?
Tudo aquilo que não podia ser molhado que ela tinha posto no chão!
E mais o tapete. Claro. Porque quase toda casa alemã tem tapete nos corredores.
Argh!
Eu sabia que só podia dá %$#@&!

Pelo menos agora eu sei: quando o espírito da Faxina aparecer por aqui, vou chamar um exorcista! Rá! (meu sonho de luxo é poder contratar uma Putzfrau...)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um truque simples

Quando tudo parecer estar contra você,
Quando você achar que não consegue,
Quando sua estima estiver baixa,
Quando você já recebeu várias negativas,
Quando der vontade de arrumar a mala por desespero,
Quando você achar que não está fazendo o suficiente,
Quando chorar baixinho não estiver mais funcionando:

Pare. Respire. Pegue uma folha de papel e uma caneta.

Sente-se e escreva o seu currículo. (Ou faça mentalmente, caso prefira)

Não, não é currículo profissional. É o currículo da sua vida.

Escreva tudo o que você conquistou na sua vida. Todas as dificuldades que você superou. Todas as coisas boas que você fez. Tudo o que você alcançou até ali.

E leia.

Depois se olhe no espelho.

Sorria.

Você conseguiu e continuará conseguindo. Basta não se esquecer quem você é. E o que você pode.

Se preciso for, leia outras vezes, em outros dias. Porque, de vez em quando a gente se dá o direito de sentir. Mas, não esqueça de ler novamente quando não se suportar mais.

Funciona comigo.

sábado, 16 de julho de 2011

Organizando a vida e projeto novo

Pois é, meu povo querido, tenho que tomar vergonha na cara e resolver de vez organizar meus dias.

Além do velho e bom alemão, preciso voltar a estudar inglês (Não, ainda não comecei. Tão vendo aí?)

Com o tempo mais escasso, precisarei me afastar um pouco da blogosfera. As postagens poderão ficar mais raras e a visita aos blogs amigos limitadas. Eu queria que meu dia tivesse 36 horas, mas, né, aí já é querer demais.

O tempo também diminuirá por conta de um projeto novo que estou começando. Pessoal, mas com aspirações profissionais e que precisarei me dedicar com carinho nos próximos meses.

A verdade é que sou pouco disciplinada e se eu não me obrigar a fazer algumas atividades, elas simplesmente não acontecem sozinhas. Essa mágica ainda não foi desenvolvida. Uma pena...

Ao pessoal novo que tem deixado comentários, desculpem se ainda não retribuí a gentileza.

Ao povo que já é meu de tanto eu chamar de "meu povo", vocês me adoram e serão muito compreensivos com minha nova fase, né? Né.

Eu vou continuar presente. Só mais organizada.

Edição rápida: esse texto não era pra ter entrado agora... mas, oi?, eu sou "burra" e agora já foi. =P

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Punks, oi?

Estou eu linda, loira, de cachinhos e doida pra chegar em casa, no metrô, quando entram duas figuras para lá de interessantes: um casal de punks. Legítimos. ;)

O metrô estava cheio. Eu estava em pé perto de uma das portas e o casal ficou bem na minha frente. Eles estavam conversando, um provocando o outro. Quando a mulher vira pra mim e diz:
- Ele fede, né?

E ele:
- Eu não! Você fede.
- Eu não! Você já viu mulher feder? Só homem fede.

Aí ele vira pra mim fazendo graça:
- Diz pra ela que ela está fedendo.

Eu juro que estava me segurando pra não cair na gargalhada da "auto-consciência" dos dois. Só que eu não aguentei. Oi, meu nome poderia ser Risadinha.

Por que, né? É claro que eles estavam com CC. O homem mais do que a mulher. Além deles saberem que chamam atenção pelo visual e encararem isso com bom humor. Afinal, a vida é deles, né mesmo?

No braço da mulher, uma tatuagem escrita: Hi Punks!

Nunca mais olho para um como antes.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu não ia postar hoje

Mas, como não fazer isso depois de receber essa fofura de presente?
Vixi! Que mão grande!
Vou eu lá na caixa do correio e me deparo com um envelope relativamente grande e com forro de bolhinhas de ar. Pensei: O que será? (Na verdade já estava esperando, só não tinha a mínima ideia do que seria.)

Aí tiro um cartão postal fofo da Itália (detalhes) de dentro do pacote e uma caixinha azul. Dentro da caixinha, que já era pequena, tinha esse mini-livro pra mim. Gente, não é a minha cara? Eu ri, meu povo! Eu ri!

E fiquei muito feliz porque alguém no meio das férias em Portugal (ué? não era Itália?), lembra de mim ao se deparar com esse dicionário Português-Alemão em miniatura.

Detalhes: o cartão postal da Itália, as férias em Portugal e a moça que me deu mora na Holanda. Aí ela envia pra mim na Alemanha.

Gente, eu sou muuuuito chique!

Adorei, Line! Obrigada!

Blogar não vale à pena? Ahhhhhh vaaaale!

P.S. Morram de inveja! Rá! =P

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ai, essas mulheres...

Um hábito europeu que eu prezo muito é o de que pedestre tem seus direitos respeitados. Os carros param para se atravessar a rua, mesmo não tendo um semáforo/ sinal por perto.

Mas, uma coisa eu já reparei: essa regra não vale para mulheres. Sério.

Se é uma mulher que está no volante e é uma outra mulher que quer atravessar a rua, ela, a motorista, só vai parar o carro em apenas duas situações:

Se for num sinal e ele estiver vermelho ou
Se ela for mais bonita e jovem que você.

Se for o contrário, senta e espera o sinal fechar pra depois você passar, tá?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A medida do absurdo

Recentemente, meus pais me falaram de um fato que aconteceu na nossa família (tios inclusos), que contraria nossos direitos como cidadãos (leiam: que pagam impostos e têm documentos em dia).

Eu fiquei chocada com a situação. Achei mesmo um absurdo. O meu choque foi ainda maior pela forma como meus pais me contaram: rindo.

Eu me perguntei como eles, os atingidos, podem encarar a situação de forma tão banal e eu, que estou longe, ficar tão mais chocada? Cheguei a sentir raiva deles. Graças a Deus, a ficha caiu dias depois.

Nós, brasileiros, nascemos dentro de um sistema vicioso e viciado, crescemos nele, nos adaptamos a ele. Se há filas imensas, se o serviço público não funciona, se pagamos impostos e os políticos os escondem na cueca, se vemos nossos direitos feridos, se a justiça é lenta, nós sentamos e rimos, porque não há muito o que fazer. Principalmente, para quem não tem dinheiro para abrir um processo e sustentá-lo por anos até que chegue a um fim.

E até que descubramos que há um mundo diferente, aonde as coisas funcionam não tão "contra nós", aceitamos a conviver com esse sistema vicioso e viciado, fazemos parte dele.

Porque rir da nossa própria desgraça é o que faz o brasileiro vender a imagem de povo feliz - e ser, apesar de tudo. A cidade está lá transbordando de água e o pessoal rindo, bueiros explodindo e o povo fazendo piada. Aprendemos a calar diante dos absurdos diários a que somos sujeitos. Ou aprendemos a banalizá-los...

Aí, um dia, você descobre que não tem que ser assim e não quer mais rir de si mesmo por esses motivos.

Eu não rio mais, eu fico chocada. Só que, mesmo assim, as coisas continuam a ser como são. Porque estou aqui e não lá. E não consigo fazer com que os outros enxerguem como eu passei a enxergar.

Imagine só*: você tem uma casa própria, certo? Aí, por algum motivo, você não a habita (vai que o encanamento está podre e você só está esperando juntar dinheiro pra consertar, né?). Aí, a prefeitura da cidade resolve, sem avisar, sem entrar em acordo ou sem nenhum motivo justificável (poderia ser por falta de pagamento do IPTU, por ex, mas nem isso) invadir o imóvel e derrubá-lo. Detalhe: todo mundo sabe, inclusive o prefeito, que a casa é sua. Afinal, a p%$#@& da cidade é pequena e todo mundo sabe da vida de todo mundo. É seu bem, sua propriedade. Com que cara você fica? Aconteceria no país em que você mora? E se acontecesse, você encararia como causa perdida por ineficiência do sistema como um todo? Você está rindo agora?

*Situação meramente hipotética. Foi quase isso. 

sábado, 9 de julho de 2011

Melhorando o astral mudando o visual

e lendo os comentários fofos de vocês, claro! ;) (inclusive de quem comentou pela primeira vez! Eeee!)

Então, né? Pois é... Aí, né, tipo assim... então... quequicesacharam?

Eu amei!

Mas, é claro que vocês não precisam se influenciar pela minha opinião, sejam sinceros. (Só não esqueçam que podem quebrar o meu coração! chantagem emocional mode on)

Foi essa moça linda e fofa que fez pra mim! Pra contratar seus serviços, entrem em contato comigo que eu cobro comissão! Mentira, falem diretamente com a moça, que além de linda e fofa, foi super rápida em entender o que eu estava querendo. E fez dois banners pra mim! hohohohohoho

Pois, agora essa é a nova cara do blog. Aí, quando quiser mudar de novo, uso o outro que está devidamente guardado. (Minina ixxperta)

Sintam-se, de novo, à vontade por aqui! ;)

P.S. Piada interna: eu acho que a Simone acha que eu tenho cara de joaninha... =P 

P.S. 2: (nao entendo essa de PS do PS, uma vez que o PS que eu vou escrever nao tem nada a ver com o anterior. hehehehe) Rosa perguntou no comentário porque o Cristo Redentor, eu nao expliquei, mas é assim ó, gente: começa a silhueta da cidade de Berlin e termina no Brasil, personificado pelo Cristo Redentor e os morros do Rio. Metade Alemanha, metade Brasil. Pegaram? rsrrsrs e porque Rio? Porque é a mais conhecida, né? Bjs!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Como se sentir um tiquinho de nada em uma fila da HeM

Aí estou eu lá loira e serelepe, acompanhada por minha amiga Daniela que veio de Mannheim pra passar dois dias comigo, (gente, eu já disse, eu sou chique demais!) na fila da HeM pra pagar três míseras camisetas que eu comprei por 15 óiros (cada não, as três, né?), conversando em português, claro, quando vira a menina em frente à gente e fala em português conosco:

- Vocês estão falando português, né?
- Sim.
- E vocês são brasileiras, né?
- Sim. E você também, né?
- Não. Eu sou russa.
- Como? Você é russa e fala português sem acento sotaque? (língua pra vc, Jane! hahahaha)
- Eu morei um ano no Brasil.
- Sim, mas você aprendeu português antes, né?
- Não. Aprendi no Brasil.
- Você aprendeu a falar português com essa perfeição em um ano no Brasil?
- Ah, eu não falo tão bem assim. (Tá bom, e eu sou a Madonna)
- Como você foi parar no Brasil?
- Tipo assim, fui fazer um intercâmbio por uma organização em Mato Grosso do Sul.

Gente, tipo assim, ela falou "tipo assim"!

E eu:
- Ai, estou me sentindo muito mal agora. Eu estou aqui há quase um ano e meio e não falo alemão como você fala português.

Morri!

Querem saber aonde ela morou por um ano? Aqui. No meio de lugar nenhum! E falou com a maior saudade do Brasil. Amém! =P

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como não derreter no verão europeu

Sim, vocês leram certo e eu não enlouqueci. Ou já e ainda não percebi. Mas, isso é história pra outro post. Rá!

As casas européias, e falo com conhecimento de causa das alemãs, são construídas para reter o calor. Assim, no inverno você não congela, nem gasta uma fortuna com aquecimento da casa. As paredes são mais largas, são revestidas com isolamento térmico (espuma) e as janelas, muitas vezes, tem vidro duplo. Ou seja, o calor que entra, fica na casa.(pegou? pegou?)

Quando o inverno acaba, as casas estão com as temperaturas internas de 22, no máximo, 25 graus.

Por experiência própria, o que não se deve fazer em dias quentes é abrir as portas e janelas. Gente, sério, não abram as portas e janelas da sua casa no verão, como fazíamos no Brasil. Só vai piorar. Falo isso por conhecimento de causa! Infelizmente... (cara de tristeza agora...)

Ano passado, caí na besteira de fazer isso e minha casa virou um forno. Até porque, teve dias de fazer mais de 35 graus. Pois é, pois é, pois é! Isso, isso, isso!

Então, pelamordedeus, o que eu faço pra "arejar" a casa nessa época do ano? Simples e fácil. Abra as janelas nas primeiras horas da manhã ou no fim do dia, quando já estiver mais frio lá fora que dentro de casa, tipo assim, fazendo uns 20 graus, sabe?

Como moramos no quarto andar e temos varanda, a gente está deixando a porta da varanda aberta durante a madrugada. Assim, o apartamento se mantém frio e agradável.

100 euros pela dica, tá? Depositem na minha conta. Obrigada.

terça-feira, 5 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Rodei a baiana!

Chutei o balde!
Desci do salto!

Com muita clase, claro.

Lembram desse cara aqui? Ele também já foi personagem dessa outra história aqui.

Eu sentia dele, às vezes, uma certa ironia ao tratar comigo. Eu pensava que era simplesmente porque ele não tinha paciência em lidar com o meu alemão e sotaque. Eu deixava passar. Até que um dia...

Até que um dia, ele duvidou da minha capacidade, como se o fato de eu não falar um alemão perfeito fosse fator que determinasse minha "burrice". Cara, meu sangue fervou e eu quase xinguei muito no twitter.

Como num ambiente profissional não se deveria rodar a baiana sem um mínimo de classe, decidi que ia esperar me acalmar para acabar com essa palhaçada.

Esperei dar o fim do expediente para conversar com ele, assim, se o caldo engrossasse, poderia xingar muito em casa. Só que, sortudo, não tinha tempo pra conversar naquele momento.

Fui pra casa espumando de raiva, pra manter a vontade de falar com o indivíduo no dia seguinte.

No dia seguinte:
- Você teria 5 minutos pra mim?
- Sim, claro. (se arrumou todo faceiro na mesa)
- Vou ser bem direta. (aham, bem no estilo alemão. E falei tudo num fôlego só pra não perder o rumo)
"Eu não gosto do jeito como você me trata. (Aí ele arregala os olhos e fica branco como papel) Só porque eu não falo alemão perfeito, não quer dizer que eu seja burra. Eu já fiz muita coisa na minha vida profissional e o que faço aqui não é trabalho de estagiária. É um estágio porque eu tenho que começar a trabalhar na Alemanha de algum jeito. Mas, eu faço e posso mais do que você pensa."

Parei e fiquei esperando a reação dele. Ele estava nitidamente sem graça. Disse que foi bom que eu falasse isso, que ele teria chance de desfazer a má impressão que ele deixou, que não é assim que ele me vê, mas  realmente, ele não sabe do que sou capaz. Oi?

Como eu já estava com o sangue quente, também não deixei barato:
- Se você não sabe, é só perguntar. Uma simples pergunta resolve. Eu sou capaz de muita coisa.

Depois ele ainda tentou dizer que eu poderia não ter entendido direito por causa do alemão. Aham, senta lá.
- Eu entendo tudo o que você fala. Quando eu não entendo, tenha certeza que eu pergunto.

Cadê seus argumentos agora?

Conversa encerrada. Ele, vermelho como um pimentão e eu me sentindo a mulher mais poderosa do mundo.

Toma, papudo!

Lição do dia: Muitas vezes, nós (eu) achamos que as pessoas devem nos aceitar e compreender. Porém, muitas vezes também, precisamos fazer com que sejamos aceitos. E com respeito!

sábado, 2 de julho de 2011

Kitsch - Brega, Cafona

Xô contá? Xô contá? Vô contá!

Quando eu cheguei na Alemanha, me assustei com a breguice daqui. Eu, inocente como sou, achava que país de "primeiro mundo" não tinha essas coisas, que o povo é instruído, ou que não existe folclore, né? Porque o popular é o que, né mesmo?

E eles têm uma palavra pra definir o que é brega, Kitsch. Se eu não me engano, se ouve também no Brasil.

(Opinião super pessoal, agora, tá?) Meu conceito de brega brasileiro é Calypso, Mulheres Fruta e as "senhouras" que não sabem que já passaram da idade mostrando a barriga. Geladeira cheia de ímã também (oi, minha mãe tem).

Ai vocês querem saber o que é brega aqui. Lógico. Darei dois exemplos do que acho brega no sentido "celebridade":
Daniela Katzenberger
e o "estilista" Harald Glööcker

Desculpa aí o nível das fotos, meu povo.

Só que, ó, fala sério, nada, mas nada mesmo supera, no meu ponto de vista, a "música do povo" (Volksmusik ou Schlagermusik) daqui. E pior: Faz sucesso, essa coisa! Lembram das serestas, arrochas e tudo o mais no Brasil (essa só quem vai entender é nordestino)? Pois é. Pra mim, isso ganha na breguice, cafonice e todo o resto derivado!


Chama o Capitão Nascimento! Bota na conta do Papa, pelamordedeus!

P.S. Juro que foi o último post com música. Dessa semana.