quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Agência de trabalho/emprego/sei lá

Eu já contei aqui que me inscrevi na agência de emprego, certo? Certo.

Existem duas, uma para "acadêmicos" (que tenham nível superior, daaaahn!) e outra para "não acadêmicos". Estou inscrita para "acadêmicos". Lógico.

Desde que me inscrevi, eles não param de se comunicar comigo. Eu acho super bacana o que e como eles fazem. No mesmo dia em que fui lá pessoalmente, recebi uma porrada de papel (ou papel pra porra, no baianês) com informações sobre direitos e deveres e uma promessa de conversa com um "consultor de carreira" a ser marcada. Chique, eu sou.

Acho que dois dias depois recebi, por correios, data e horário para a conversa com o consultor. Mas, nesse tempo - a conversa estava marcada para abril - consegui o estágio. Eu tinha que informá-los que já tinha conseguido algo e assim cancelar o encontro de abril.

No meio da papelda que eu tinha recebido, tinha um formulário que eu poderia usar para informar porque não poderia comparecer a esse encontro. Coloquei lá que tinha conseguido um estágio de três meses e informei a data final do contrato.

Um mês antes da primeira parte do meu contrato de estágio acabar, eles enviaram outra carta, com outra data, pedindo para eu ir à agência. No verso da carta, o mesmo formulário em que eu avisaria o meu não comparecimento, caso necessário. Como eu renovei o contrato para mais três meses, avisei novamente que não estava nem aí pra eles. Bandida!

Recentemente, faltando um mês para a segunda parte do estágio acabar (Todos chora.), eles já me mandaram outra data para que eu possa conversar com o consultor sobre "a minha situação profissional".

Mas, pô, o que diabos faz um consultor da agência? Ele orienta a como e aonde procurar emprego, dá dicas, além de poder indicar vagas que eles têm na Jobbörse (bolsa de empregos) deles.

Detalhe: a data marcada é a segunda-feira depois do meu último dia de estágio, que coincidiu com uma sexta-feira. :)

Eles estão atentos ao que acontece na minha vida profissional e cuidando para que os serviços deles estejam sempre à minha disposição. E cuidando também para que eu não fique desempregada e seja mais uma a depender do governo. Besta também eles não são, né mesmo, minha gente?

Contudo, já ouvi dizer que não é bem assim que a banda toda na agência para "não acadêmicos". Acredito que seja porque a quantidade de desempregados é maior. Mais trabalho, mais babado, confusão e gritaria.

Dei sorte mais uma vez!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vaquinhas

Na empresa,o povo faz vaquinha para comprar presentes para aniversariantes. Acho que a maioria das empresas faz isso. Alguém confirma?

Eu faria de bom grado, se não por alguns detalhes:

- Meu salário é o mais baixo da empresa.
- Em julho e agosto, houve quatro aniversariantes. Quase um por semana.
- Eles inventaram de comprar presente de despedidas também. Até agora, três pessoas saíram.

Façam a conta. Sete vaquinhas. E, err..., quando o chefe e o poderoso chefào estão entre os aniversariantes de agosto, não dá pra ficar de moedinhas, né?

Pois agora, final do mês, eu quero é saber quem vai pagar as minhas contas! Humpf!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Se alguém me perguntasse hoje...

... o que é mágico pra você?

Eu responderia:
Ouvir meu marido, de longe, tocar violão e cantar. (Ele no escritório e eu no nosso quarto)

Eu sinto a alegria na sua voz. E fico satisfeita por estar presente, fazendo parte dessa alegria.
Aquece meu coração saber que o faz bem ter voltado a tocar depois de tanto tempo sem praticar. Ter redescoberto a paixão pelo instrumento, pela música.
Acalma, porque acho a voz dele linda. Aquela mesma voz que sussurra no meu ouvido.

Eu me sinto tão viva. E tão grata.

Se me perguntassem hoje o que é mágico pra mim, responderia:
Estar a 7 anos, 10 meses e 11 dias com a mesma pessoa, todos os dias.


P.S. Eu ia colocar um vídeo dele, mas prometi a ele que não faria. Então, desculpem aí se os deixei na curiosidade.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desorientada

A pessoa reclama da geografia do colega alemão, mas esquece de olhar para o próprio rabo, né?

Porque não conheço pessoa mais desorientada que eu. Sério.

Pior situação até hoje:

Primeiro dia do estágio
Tinha que chegar às 09h. Já tinha ido à empresa duas vezes para fazer as entrevistas. Conhecia o caminho. Eu vou de metrô. Sempre. Porque preguiça é uma coisa que me impede de descer e subir escadas com a bicicleta no ombro para tirar e guardar no porão todo dia, tá? Tá.

A estação do metrô que tinha que sair tem duas saídas. Só duas. Tem uma aqui perto que tem seis. Pois é. Nas duas entrevistas, saí pela saída certa. No primeiro dia de trabalho, troquei de saída.

Agora pensem vocês: eram duas saídas na mesma rua, em linha reta. Se eu tivesse saído pela certa, tinha que atravessar a rua e ir à direita. Como eu saí pela errada, ou seja, em outra direção, a minha orientação tinha que ser virar à esquerda. Oi? Alguém ai se lembrou disso? Nãooooo!

Eu dobrei à direita e me perdi. Juro. Me perdi. O tempo passando e eu tentando encontrar a rua. E, povo, não era difícil, porque a rua aonde fica o prédio é grande. E eu rodava e rodava e nada de achar a rua. Aí parava as pessoas e ninguém sabia me dizer aonde ficava a rua, gente. Lembrem-se: primeiro dia de estágio, o tempo passando.

Até que eu tive a brilhante idéia de voltar à estação para "me achar". Me achei. E cheguei à empresa 09h15. Preciso contar que, para ter sido pontual, estava uns 10 minutos adiantada? O que significa que eu rodei quase meia hora.

Se eu disser que a estação fica à 250 metros do prédio, melhora a minha situação? Não, né?

Por que estou contando isso só agora? Porque tem coisas que eu só conto depois que a vergonha passa. Hahahahaha!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

sábado, 20 de agosto de 2011

A necessidade de se ter metas

Aí que eu fiquei pensando na necessidade que temos de ter metas. Da mais simples à mais complexa. "Aprender dez palavras novas por dia", "Concluir o nível A2, B1... do curso", "Conseguir um emprego" etc.

Quando eu alcancei a meta "estágio", adormeci. Eu queria me esforçar para o estágio virar emprego e só. Eu nem vou falar do estudo de alemão, porque isso é quase pra vida toda.

Só que chega um ponto em que você se pergunta se a vide é só "alcançar metas", se não está na hora de curtir as metas já conquistadas. Ou se não se está querendo demais.

Você relaxa, mas não se sente necessariamente confortável. Você acha que está ficando pra trás ou que está deixando de fazer coisas. E cai no erro da comparação. Erro maior ainda: se compara com um nativo!

E você começa a se sentir pequeno. Esquece que a história de vida daquele nativo, a sua socialização e cultura são completamente diferentes. Aí, ao invés de seguir em frente, sente-se frustrado. Por que eu não tive isso? Por que eu não fiz aquilo? Por que eu não sei isso? Nesse momento, você se lembra que não tem mais metas.

Veja bem, não é assim que tem que ser. As metas servem para te impulsionar, para te lembrar que, ao alcançá-las, você deu mais um passo à frente, que você está em movimento.

O que você precisa não é parar de ter metas, é transformá-las em algo bom pra você. É dar tempo entre um desafio e outro para poder curtir a vitória. É traçar objetivos alcançaveis. É lembrar das suas limitações e não se cobrar tanto. Dando tempo ao tempo.

É chegar no final de semana e se permitir descansar. Se permitir não ter que se preocupar com a língua nova (Oi, Jane!). Porque até o cérebro precisa de um tempo para processar novas informações. E, na segunda, continuar.

Ao traçar metas complexas, um mestrado, por exemplo, divida-as em etapas. Primeiro, candidatar-se, depois participar da seleção; passando, enfrentar um módulo de cada vez.

Quando eu desisti do meu, não foi porque não queria mais fazer, mas porque senti que aquele não era o momento certo, que estaria sobrecarregada. Deixei para o próximo ano.

Mesmo que eu insista em traçar metas pra mim, tentarei não me sobrecarregar e reservar tempo para curtir a "vitória".

E quanto a se comparar com nativos, lembrei que tem coisas que eu vivi (e vivo) e aprendi (ainda aprendo) que eles nunca viveram ou aprenderam. O que me torna mais flexível, criativa, compreensiva e com uma visão de mundo que ninguém me tira, só acrescenta. O resto são habilidades que, se ainda não as tenho, conquistarei.

Você também!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ilha deserta

Então que eu tenho um marido super romântico. Mas, suuuuper mesmo. (Ironia, conhecem?)

Entro em cena. Quer dizer, no escritório dele. Estou eu lá, olhando pra ele toda derretida, enquanto ele tocava violão:
- Amor, eu moraria numa ilha deserta a vida toda com você.

Aí ele para de tocar e olha pra mim.
- Sério?
- Sério.
- Sem internet?
- Sem internet.
- Sem violão?
- Sem violão.
- Hummm.
- Que foi?
- Acho que eu só aguentaria uns dois anos...
- Quê? O_o

E saio de cena.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Não dá pra ficar parada!

Eu disse que sou uma pessoa que busca soluções? Então...

Percebi que a falta de definição das coisas na empresa estavam abalando a minha auto-estima. Claro, não se tem nada pra fazer num período em que a empresa está mudando drasticamente de estratégia, começando lá do alto, no conselho administrativo, com muitas manobras "políticas".

Até que as mudanças cheguem ao ponto de serem implantadas, muitos dias já se passaram. E ficar sem produzir não é do meu feitio. Pior ainda, ficar sem acesso às informações. Porque só os grandões sabem o que anda acontecendo.

Aí, eu comecei a colocar em dúvida minhas capacidades, me sentindo inútil. Pensando se conseguiria arrumar um outro emprego, se ainda teria chance de ser contratada, se conseguiria me encaixar na nova dinâmica da empresa etc etc.

Aí², a ficha caiu. Quem vai ficar parada esperando o milagre cair do céu e as coisas voltarem "ao normal" é o coelho, não eu! E aí³ fui pra Internet pesquisar soluções. Oi? Aonde é que se procura vaga de emprego hoje em dia, minha gente!? Pois é. Ficar na empresa agora é coisa secundária, que entrará na categoria "lucro" se der certo, digamos assim.

Também procurei um curso para melhorar minha pronúncia no alemão e um para inglês. Atualização de currículo já está sendo providenciada.

Tracei novas metas. Recobrei o fôlego!

Porque
"eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar e eu não posso ficar aí parado (...)
eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar." (Ouro de tolo, Raul Seixas)

E tenho dito!

domingo, 14 de agosto de 2011

As conquistas diárias do ano II

Lembram desse post aqui, em que eu disse que o segundo ano teoricamente é mais difícil que o primeiro? Pois é. Na prática também. Vide post sobre a crise com o alemão.

Existem fases e fases. Primeiro ano é o ano do encantamento, do deslumbramento, quando você descobre que certas coisas eram só "pré-conceitos" e outras, você descobriu que existem mesmo. Mas, os pássaros pombos ainda te chamam a atenção e o outono é uma coisa linda de se ver e viver.

Mas aí, chega o segundo ano. Aquele em que você tem que passar a viver a vida e criar uma rotina. As viagens deslumbradas não são mais constantes e você tem que encarar a realidade de um morador comum da cidade. E aquelas pequenas conquistas diárias, como aprender a andar de metrô, pedir pão na padaria ou um suco no restaurante deixam de ser conquistas e passam a ser obrigações. Porque ou é assim, ou na hora do almoço, na rua, se fica com fome! ;)

No meu caso, o meu maior desafio sou eu mesma. Sair pra trabalhar todo dia, mesmo sendo um estágio, é bom. Pensar que isso pode acabar me deixa triste. Melhorar o alemão constantemente, aprender expressões e palavras novas todo dia. Conversar com o chefe sobre uma ideia. Criticar e ser criticada. Entre outras coisas.

Não está sendo fácil. Aliás, nunca ninguém disse que seria, leia o "slogan" do blog, please. E vencer um dia de cada vez está sendo recompensador. Está certo que coisas estranhas têm acontecido na empresa, e sempre quando penso que tenho "um contrato", acontece algo para me mostrar que eu só terei isso depois que toda essa confusão acabar. E eu não sei quando vai acontecer, ou mesmo se vai acontecer antes do meu contrato de estágio acabar. Já perdi a conta de quantas vezes achei que tivesse uma resposta...

Aí, eu caio na besteira de pensar no "se": se isso acontecer, se isso não acontecer... Eu preciso trabalhar, não só porque não sou de ficar em casa, como também porque me sinto realizada trabalhando e preciso de dinheiro. Quem não precisa?

O que está mesmo incomodando é não estar num nível de alemão que desejaria. Eu falo, eu escrevo, eu escuto, eu leio. Mas, sabe quando você percebe que você não está conseguindo se expressar direito? Que a pessoa está fazendo um maior esforço para te entender? Do mesmo jeito que dói meu ouvido quando escuto um "pra mim comprar...", imagina como deve ser para um alemão ouvir sua língua toda embaralhada?

Eu sou muito analítica, quando vejo um problema, penso nas soluções. Eu tenho tentado achar as soluções. Porque não dá pra ficar contando com o ovo no fiofó da galinha o tempo todo. Também não posso abusar da sorte. Além de precisar parar de me sabotar. É obvio, faço isso com frequência. Agora, por exemplo, era para estar estudando e estou aqui, escrevendo em português! Morri.

Espero que eu possa voltar e dizer que, além de ter sobrevivido ao segundo ano, venci o maior desafio: eu.

P.S. Post confuso, né? Igual a minha cabeça. ;)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cumprimentos

Existem muitas formas de se cumprimentar outras pessoas, né mesmo, minha gente? Muitas.

Na Bahia: "E aí, meu rei?" ou "Digaí, véi"
Em São Paulo: "E aí, beleza?" e a pessoa começa a resposta com um "então..."
Em BH: "E aí, tá boa?"
Em Recife: "E aí, danada?"
No Rio: "E aí, passa a bolsa! beleza?". Mentira, gente, não sei como é lá. (Desculpem a piada, povo do Rio. Eu ia apagar, mas fingir que não escrevi também não é legal, né? Bjs)


Aqui em Berlin é:
Naaaaaaaaaah?

Gente, aqui é "Nah?" De vez em quando um "Nah, wie geht's?" Mas, 99% das vezes tem um Naaaaaaaaah na frase. Assim, um Naaaaaaaah bem demorado mesmo, coisa quase baiana. Und naaaaaaaah?

No início, na empresa, aonde eu aprendi isso, o pessoal vinha com um Naaaaaaah? E eu com cara de oi?, te respondo o quê? Aí, eu comecei a escutar o wie geht's depois e entendi que eles só queriam saber como eu estava e não que eu tinha pisado no pé deles ou coisa assim. O.o

Vivendo e aprendendo.

E vocês, naaaaaaaah?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Praga!

Desde que eu cheguei na Alemanha, tenho vontade de conhecer outras cidades européias. Uma delas sempre foi Praga, porque conhecia a fama de ser muito bonita, como Viena e Budapeste também têm e, por isso, estão na minha lista.

Achamos uma promoção de trem e pensamos que essa era a nossa hora. Afinal, a gente não viaja mais porque não tem muito $$ à disposição. Deixa eu passar a ganhar um salário decente, pelo menos, né?

Chegamos em Praga na quinta, por volta de meio dia, fomos ao hotel, que fica perto do centro antigo, deixamos as malas e fomos passear. Eu fiquei encantada. A cidade é antiga e como não foi muito antigida pela segunda guerra, os prédios ainda são as construções originais. Tudo lindo.
Muita gente. Muita gente. Muita gente. Gente. Muita. Sério. Tinha coisas que a gente queria fazer e desistia pela quantidade de gente que já estava no lugar. Mas, isso não foi motivo para eu deixar de aproveitar a viagem.
Eu disse que era gente...
À noite, Praga é ainda mais bonita. Uma coisa de outro mundo com os prédios iluminados. Também comi e bebi bastante. Pessoa que não aguenta beber dizendo que bebeu bastante. Aham... Mas, né, como poderia não beber com as melhores cervejas da europa à disposição por 1 euro o meio litro? Eu escrevi MEIO LITRO.

O tempo também estava maravilhoso. Fez sol todos os dias, exceto no domingo que foi chuvoso. Como foi o dia do nosso retorno, não teve problemas. ;)

Só não queiram que eu diga o nome dos lugares aonde estive, ok? Se já tenho problema com o alemão que ouço todo dia, imagina aí com o tcheco? Ai, ai...

Duas coisas me chamaram a atenção na cidade, além de todo o resto: a quantidade de livrarias e concertos clássicos nas igrejas que aconteciam todos os dias, o que demonstra uma cultura e arte vibrante na cidade; e os mendigos. Pois é. Alemanha está me deixando mal acostumada. Só que não foi só por vê-los que chamou a minha atenção, foi a postura de humilhação que eles faziam para pedir a esmola. Foi de partir meu coração brasileiro...Como se nada mais valesse, como se não houvesse mais dignidade. Triste.

Ai meu coração...
Mudando de assunto: micos da viagem: eu queria falar Tcheca e só falava Polônia (não, nada a ver com posição geográfica, pois sei aonde ficam as duas. Era bobeira mesmo. rs), eu queria falar Thank you, e só falava Danke. A pessoa chega com fome e sono da viagem e a primeira coisa que faz, ao invés de descansar é tomar meio litro de cerveja de barriga vazia. Ok, antes da cerveja terminar a comida já tinha chegado, mas né, custava esperar um pouquinho?? Não né? Bêbada no primeiro dia. Rá!

Eu vou voltar numa época que não tenha tanta gente. E próximo destino será Budapeste! Ou não, quem sabe... rsrs

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Corrão para as colinas*

Daí que eu tenho um colega de trabalho que tem uma cunhada brasileira. Não sei o quanto eles convivem, nem mesmo se ela mora aqui em Berlin.

Só sei que, de vez em quando, ele vem com umas bem doidas, sabe?

Aí:
- Você veio de onde no Brasil?
- Da Bahia.
- É perto de São Paulo?

Momento pausa: TO-DO MUN-DO que nunca esteve no Brasil me pergunta isso. É a única referência que eles têm do Brasil. E usam essa informação para mostrar que sabem alguma coisa do país. Pelo menos, quero acreditar nisso. Fim da pausa.

- Não. São Paulo é mais para o sul. Eu morei no nordeste.

Pare tudo que você está fazendo, preste bem atenção. Eu vou contar uma coisa inédita que nunca tinha ouvido na vida!

- É perto da Argentina?

What? Was? O quê? Hein?

Eu dei uma gargalhada na cara dele. E o levei até o mapa mundi que ELE tem na sua sala.

São Paulo, eu até aceito. Mas, porra, Argentina, véio? Ahhhh! Vai catar batata!

*Eu sei que o certo é "corram". Vocês não frenquentam a Internet, não? hahahahah

domingo, 7 de agosto de 2011

Anos 90 - brinde procês!

Outro dia, marido me perguntou o que eu ouvia quando era adolescente. Eu ouvia muito Jovem Pan e sempre passa os "sucessos" por lá, além de Guns, claro. Mas, eu não conseguia lembrar um nome de música ou banda dessa época. Tô velha. Até que...

Até que, passeando pela net, achei esse vídeo com músicas dos anos 90 a capella. E, ó, viajei no tempo.

Se alguém falar dos meus cabelos brancos, apanha hein? Ai, ai!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Em crise com o alemão

Não, não é o marido.

É a língua mesmo. Estressei. #prontofalei

Estou naquela fase: ou você fala alemão ou você fala alemão. E aí bate a neura, porque já tem um ano e meio que estou aqui e ainda não sou fluente. Eu falo, mas ainda erro, ainda busco palavras certas lá no fundo da memória, ainda deixo frases na metade. Falta a fluência. Falta a capacidade de me expressar com segurança. E, ó, cansa, viu?

Acho o alemão muito exato e interessante. É o tipo de língua que se tem que pensar antes de falar. Porque a %$#@! do verbo vai, muitas vezes, no final da frase. E se você não escuta a frase até o final, não entende nada. Se você não pensa antes de falar, você esquece de colocar o verbo no lugar certo, ou de como se constrói a frase com a conjunção, por exemplo.

Na teoria, é uma língua que não dá margens a erros de interpretações. Mas, na prática... Estou quase pedindo penico/arrego.

Aí marido vem todo paciente tentando me explicar que é assim mesmo e blá blá blá. Eu escrevo bem (relativamente), eu leio muito (já passei para livros adultos e até Handelsblatt estou lendo por causa do trabalho), mas, na hora de falar... falta "sentir a língua", como alguns já me disseram.

Eu tenho um esquema, para cada dia da semana uma coisa: leitura, TV, gramática/redação...E já falo bastante no estágio e em casa tenho me policiado para ser a maioria do tempo em alemão, ao invés de português. Não sei aonde estou errando, sinceramente.

Às vezes, enche o saco.

A única coisa que me resta agora é relaxar. E vou fazer isso indo ali em Praga. Volto domingo. =P

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Rápido e rasteiro

- Quando se tem que tirar blusas de lã dos confins do seu guarda-roupa em pleno mês de julho, é sinal de que o verão já se foi? Oremos.
- Quando um parente deixa um recado no msn: "sua mae está aqui querendo falar com vc", esperando que você esteja on line 24 horas por dia. Ligar ninguém sabe, né? E depois, eu que sou ruim.
- Quando chove todo o final de semana e você não quer sair de casa pra nada, na-da, NA-DA! Entendeu?
- Quando você não quer que chova na semana da sua folga e quer que seja diferente de julho. Cara, é agosto. Seria ainda verão. Ou não? Oremos 2.
- Quando você percebe que, putz, já é agosto. E o ano ó...
- Quando "o ano ó..." e você lembra que em dezembro seus enteados vêm pra passarem as férias e FICAR. Oremos 3.
- Quando você se toca que o desejo da sua mãe já foi realizado: mãe, você ganhou dois netinhos, crescidos, criados e educados de brinde, quer? É assim, ou nada.
- Quando, eita, peraí! Netos? E eu lá tenho idade pra ser mãe de dois adolescentes de 15 e 18 anos? Morri!!! Serve irmã mais velha? Incesto? Ai, meus olhos, meus olhos! Confundi vocês, né? O ônus de se ter marido mais velho, meu povo. ;)

E... chega!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

FAQ - 22. Folga, quequiéisso?

Estou de folga. Pois é, pois é, pois é!

Tirei uma semana de folga do estágio. Oi? Estagiário tira folga? Não, não tira. Estagiário tem férias. Rá!

Tirando o salariozinho, a lei é a mesma para funcionários comuns, pelo menos, o contrato que assinei é. Então que aqui se tem direito a dois dias úteis de férias por mês trabalhado. (Pausa para vocês fazerem as contas.)

Sim, isso mesmo. Por ano, um trabalhador na Alemanha tem direito a 24 dias úteis de férias. O que significa cinco semanas em casa sem fazer nada. Mas, calma, a alegria acaba aí. Porque não se paga 1/3 a mais do salário só porque se tira férias.

Tirando, óbvio, o fato de que, em algumas profissões e empresas, férias precisarem ser programadas e acertadas com a gerência (oi, médico não pode sair no meio do plantão, né?), acho muito mais simples tirar férias aqui do que no Brasil. No meu caso, só precisei perguntar ao chefe se podia tirar férias nos dias que eu queria (ele não tinha motivo pra negar), preencher um formulário e, pronto, tinha minha semaninha de folga (primeira parte do contrato foram três meses, lembram? Então...)

Além disso, se eu quisesse ficar seis sextas-feiras sem trabalhar, ao invés de tirar uma semana e um dia de folga/férias, poderia. Ou se quisesse tirar dois dias essa semana e dois dias daqui a quinze dias, a mesma coisa. Se eu já tivesse um ano, e quisesse tirar duas semanas em janeiro para ir ao Brasil e outras três semanas pra curtir o verão de Berlin (cadê esse verão, meu povo?) também poderia. Claro, chefinho tem que liberar.

Tem mais: provavelmente vocês perceberam que eu não precisei trabalhar um ano primeiro para só depois ter direito às férias, né? Pois é. Não precisa.

Chique, né?

Como nada é perfeito, vou fazer a proposta de se pagar 1/3 a mais nas férias (e entrar para a fila do desemprego).