quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ai se eu te pego? Que nada...

Pessoa saiu com marido pra jantar. Perto de casa tem um espanhol maravilhoso, do tipo BB. Tô falando de um restaurante, tá? Bom e barato.
Aí fomos lá.
Música de fundo rolando. Uma seleção agradável.
E ouvido de brasileiro "nos estrangeiros" é uma anteninha, né? Basta ouvir as primeiras sílabas de uma frase que já identifica de imediato o português.
Não foi diferente com a seleção de músicas que estava tocando. Num instante a pessoa identificou uma música de Caetano.
Aí, depois de uns minutos, sei lá, depois de quantos bons cantores e músicas internacionais, o que a pessoa aqui, brasileira e baiana, escuta?

"Tudo que é perfeito a gente pega pelo braço,
joga lá no meio, mete em cima e mete embaixo (...)
Segura o tcham!
Amarra o tcham!
Segura o tcham! Tcham! Tcham! Tcham!"

Véio,na boa? Além da música já ter bem uns 15 anos, não podia ser outra, não????
Volta Teló, volta!!!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nessas horas me pergunto...





...aonde eu estava quando Deus estava distribuindo "talento"?

7 anos! Na boa? Já posso ir ali me jogar atrás do trem?
A pessoa nem cozinhar sabe. hahahahaha
E também não se interessa em aprender. Convenhamos.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Coleguinha

Tenho uma coleguinha no estágio meio "suspeita".

Eu, na minha santa inocência, achava que os alemães eram mais discretos. Ou, eles são mesmo e é essa coleguinha que é a exceção da regra. Porque, meu povo, tudo tem limite.

Começou com um casaquinho. Apareci para uma reunião com um casaquinho preto e ela lá. Percebi que ela ficava me olhando. Ao final, não resistiu e comentou: "Que casaquinho lindo!". "Obrigada.", respondi. "Comprou aonde?". Epa! Discrição chegou aí e parou, né? "H&M". "Foi caro?" Epa²! Discrição, minha gente, discrição! "Comprei na promoção". A besta ainda responde, né?

Depois foi com um colar. Mesma cena acima. Diferença que o colar comprei na C&A. Sou chic e phyna, tá?

A última e mais extravagante foi com uma bolsa que eu já tenho há séculos. Saímos para almoçar juntas e levei a bolsa, claro. Daqui a pouco ela solta: "Que bolsa chique! Deve ter sido cara." Como eu já esperava, respondi logo. "Que nada! Comprei na Tchibo, na promoção, foi 15 euros (e foi mesmo, já disse que sou phyna), há mais de um ano." "Ah, mas é muito bonita, parece com bolsa cara. A minha que tem cara de bolsa comum. Mas também, comprei na C&A mesmo." E eu com um sorriso amarelo na cara.

Detalhe: a criatura fala isso, veneno da inveja correndo solto pelo canto da boca e com um Ray-Ban pendurado no nariz. Eu que não tenho nem um de camelô...

Posso com isso? Se eu ainda desse motivos REAIS, né mesmo?

domingo, 10 de junho de 2012

Conto 1 - E-mail

Data: 16 de fevereiro 21:54
Assunto: Tava pensando...

E aí, Gui, blz?

Cara, ontem tava na praia sozinho, sentado na areia e fiquei pensando como tá quente esses dias, né? Eu sei q é verão, mas, caramba, tá quente demais. Já reparou como a praia tá suja? A gente anda e não sabe o que é ostra, o que é vidro, o que é lixo... E bicho morto? Tem de monte.

Será q essa história de aquecimento global é verdade mesmo? Td mundo fala disso. Td mundo fala pra preservar o meio ambiente e tal. Tem umas ONGs aí q diz q faz alguma coisa, mas sei não. Acho q só querem se promover.

Ontem resolvi fazer minha parte. Peguei um saco e fui recolher o lixo q eu via. Desisti qdo já tinha enchido o terceiro. Cara, a gente é muito porco. Eu vi uma garrafa com o rótulo chinês, japonês, sei lá. Qto ela viajou por aí, hein?

Eu to pensando em ter filhos com a Amanda. Te contei que a pedi em casamento? Pois é, cara. Ela aceitou. Eu fiquei pilhadão achando que ia levar um fora, mas, graças a deus, ela aceitou. Porra, to dando graças a deus? Véio, to apaixonado mesmo...

Mas sim, eu disse q quero ter filhos com ela, ela disse q tb quer. Aí, já sabe como é, tem que pensar em trabalho, dinheiro e futuro. Qual o mundo q eu quero deixar pros meus filhos? Vc já pensou nisso? Vc quer ter filhos? Eu quero, cara. E não é esse mundo q eu quero deixar pra eles, não. Engraçado como a gente muda de pensamento só por causa de filhos, né? E os q ainda nem nasceram.

Enfim, to pensando em mudar. Vou vender meu carro pra fazer uma poupança pro casamento. Queremos q seja ano que vem, no inverno. Vai ser legal, no sítio dos pais dela, com lareira e tudo. Maneiro, né?

Bom, aí q eu to pensando em mudar mesmo, reciclar o lixo, comprar produtos naturais, essas paradas todas aí de proteção da natureza. Tenho um bróder q diz q vai me ajudar a aprender mais. Ele é instrutor de surf e diz q a gente tem q preservar as praias pras ondas não acabarem.

Parece besteira, cara, mas, ó, o mundo vai acabar. Sei lá, só to pensando se eu quero q meus filhos tenham vida longa ou curta. É claro q longa...

E a Amanda, cara, a Amanda estuda biologia. Se ela já me dava sermão antes, imagina agora com essa coisa toda de aquecimento global. Choveu tanto aí numa cidade q alagou td. O povo perdeu as casas, as ruas ficaram cheias de lama. Sacanagem. Ta chovendo onde não devia chover. O clima ta doido e a culpa é nossa. Vc já pensou nisso? Eu to pensando.

Bom, cara, vou ficando por aqui. Acho q já escrevi demais. E tenho q ir buscar a Amanda num congresso. Sabe como é, a mina é muito inteligente.

Manda notícias aí. Maior tempão sem falar com vc.

Abraços, irmão.
Daniel

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Data: 17 de fevereiro 11:27
Assunto: RES: Tava pensando...

Rapá, tu bebeu ou tava chapado quando escreveu isso?
Abs aí!

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Data: 17 de fevereiro 11:46
Assunto: RES: RES: Tava pensando...

Cara, esquece... 
Ó ti buitinho a ilustra da Jux!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sobre livros

Há tempos atrás, escrevi que queria escrever um livro e começaria por um de contos. Vocês me deram a maior força.

Pois, eu comecei a escrevê-lo naquela época mesmo. Escrevi doze contos. Depois parei de escrever. A inspiração acabou. Como eu sei que eu não vou continuar, decidi publicá-los aqui no blog. Um por mês, durante os próximos meses.

Alguns, confesso, não são lá essas coisas. Já tem outros que são legaizinhos. Eu não tenho estilo literário. Aliás, não tenho estilo algum. Vocês irão perceber ao lê-los como eu vou mudando a narrativa, os diálogos, as apresentações. Eu não sou boa em detalhes também. Sou quase sempre muito objetiva. E para criar uma atmosfera num conto é pouco. Mas, quem sabe vocês gostam, né? Ou de um, ou de outro.

O primeiro publicarei essa semana. Aguardem. Tenho que revisar antes, né?

Depois, é só reclamarem nos comentários caso não gostem. =P

domingo, 3 de junho de 2012

Das coisas do acaso

Marido e eu estávamos de carro, parados no sinal. Olhei para o lado da rua e observei uma curiosa cena:

Um senhor, aparentemente um sem-teto, passando por uma calçada, conversou algo com duas pessoas que estavam em suas mesas no café que ocupava essa mesma calçada. (Verão em Berlin, os cafés e bares colocam as mesas nas calçadas)

Eu não sei o que ele disse para essas pessoas, talvez só tenha desejado um bom dia, como já aconteceu comigo algumas vezes. Eles responderam, sorridentes, tanto quanto podiam. O senhor seguiu o seu caminho.

E os dois, homem e mulher, que, até então, não se conheciam (deduzo por estarem sentados sozinhos, em mesas separadas), começam a conversar. Pelo sorriso dos dois, a conversa estava agradável. Só não sei como ou se terminou, porque seguimos o nosso caminho.

Aí me peguei pensando: a atitude de um sem-teto pode ter aproximado duas pessoas. Melhor ainda, no espaço de apenas um minuto. Porque foi o tempo em que o sinal ficou fechado e eu pude observar a cena.

Um minuto e algo pode ter evoluído desse contato fortuito.

Um minuto.

O que você pode fazer da sua vida em um minuto? Já pensou nisso? Eu estou pensando nisso agora.