quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tem gente que não colabora

Estava no quarto lendo à noite, quando escuto a campanhia da porta tocar. Dois minutos depois, entra marido no quarto e diz que, aparentemente, tinha um apartamento pegando fogo no prédio.

Vizinho de cima veio bater na nossa porta para avisar e saber se não era o nosso. Saí no corredor e tinha uma fumaça escura e fedorenta acumulada. Vizinho fofo já tinha batido em todos os apartamentos para saber se era em algum e não era. Só que havia dois apartamentos fechados e ficamos imaginando que pudesse ser neles. Um dos apartamentos era o do vizinho do nosso andar.

Resolvemos chamar os bombeiros. Aí, né, para uma suspeita de incêndio chegam, fechando a rua: três carros de bombeiros, uma ambulância e dois carros da polícia. Berlin, minha gente.

Bombeiros fizeram a mesma coisa: passaram em cada apartamento e perguntaram se estava tudo ok. Só que tinha esses dois fechados, né? A fumaça, nesse meio tempo, já tinha se disperçado. A gente acreditava que alguém deixou a comida queimar no fogo e agora era o gás que estava escapando.

Bombeiros desesperados para saber o que estava acontecendo, tiveram que arrombar as portas dos dois apartamentos fechados.

Coisas que aprendi com isso:
- Posso ficar tranquila em fechar a porta do meu apartamento e sair pra viajar. O trabalho que deu para eles conseguirem abrir a porta não está no gibi. Foi necessário desmanchar a fechadura. Além de ter feito muito barulho.
- Bombeiros não são sempre lindos e maravilhosos.
- Mas, são super bem humorados. Depois que eles abriram o apartamento do meu vizinho e viram que não era lá, eles chamaram o policial e o chefe da ação disse rindo: "Aí ó, arrombamos e agora o trabalho é de vocês, se vira aí.".
- A polícia colocou fechaduras novas e as chaves tinham que ser recolhidas pelo morador na delegacia.
- Tem gente que acha que paga a conta caso os bombeiros sejam chamados. Porque só isso justifica, segundo o chefe, o fidamãe do vizinho do segundo andar não ter admitido que o problema tinha sido na casa dele.

Se ele tivesse dito logo, os bombeiros não teriam tido trabalho nenhum, nem o nosso vizinho passaria pelo estresse de encontrar, à noite, seu apartamento arrombado e ainda ter que ir à delegacia.

Aliás, nem teria sido necessário chamar os bombeiros, se o cara do segundo andar tivesse dito logo pro nosso vizinho que estava tudo sob controle, que tinha sido só uma bendita panela.

Tem gente que eu não sei não, viu?

domingo, 20 de abril de 2014

Porque eu precisava ver o mar...

fui lá atrás dele.

Ainda não está quente o suficiente para tirar o casaco, mas estava bonito o suficiente para aquecer o coração.

Recarreguei as baterias e agora estou pronto para mais!


E quem disse que aqui não tem praia e, ainda por cima, bonita? :)


De brinde:


Feliz Páscoa! 

P.S: Estive no Ostsee, fiquei em Rostock e visitei praias. : )

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma chuva de fofura

Tava lá sentadinha no trem, esperando chegar ao meu destino, quando entra um rapaz e um menininho de uns 3 anos com essas bicicletas de criança sem pedal. Sabem como é? Pois. Eles estavam conversando em português e sentaram bem ao meu lado.

O pai colocou a bicleta encostada e o menino: "mas, não esquece ela, tá?" e, conversa vai, conversa vem, o pai começa a explicar o porquê deles estarem sentados lá, que era a área para bicicletas do trem e por aí... Achei super fofo o jeito como o pai conversava com o filho. Mas, fofo ainda foi o menino perguntando a cada estação se já podia descer, porque ele estava doido para brincar com sua "bicicletinha". Nessa hora, não aguentei. Olhei para o menino e disse:

- Estou achando o seu sotaque tão bonitinho...
O pai:
- Olha, filho, uma brasileira bem do nosso lado!
O menino:
- ...

Ele paralisou. Juro para vocês. Ele se assustou tanto em ter alguém falando em português com ele que ele não sabia como reagir. Eu não tive outro opção a não ser rir e achá-lo ainda mais fofo.

Perguntei o nome dele, aí ele respondeu. Disse que era um nome lindo, e era mesmo.

Conversei um pouco com o pai e descobri que o sotaque era uma mistura do mineiro com o goiano e que eles estavam indo comprar massa para pão de queijo. Eles desceram primeiro que eu, e o menino:

- Mas, ela não vai descer junto?
O pai:
- Não, filho, ela vai seguir viagem.
- Por quê?
- Porque ela vai para outro lugar.
- Ah, mas eu quero que ela venha juntoooooo....

E se foram.
Eu fiquei com um sorriso no rosto o dia todo. Quanta fofura!

sábado, 12 de abril de 2014

Indo muito rápido. Que bom!

As últimas semanas têm sido muito intensas. Novidade atrás de novidade.

Fui a um evento aqui no bairro no "dia da mulher" e de lá para cá muita coisa aconteceu. Conheci pessoas super legais e comecei um trabalho voluntário numa ONG. Só que o que seria voluntário, pode crescer para outras direções. Porque eu sou da área, porque eu terminei um curso que vai ajudar e porque eu decidi que serei senhora do meu destino.

Não espero mais aquele emprego dos sonhos. Vou lá criar o meu. Vou fazer o que quero.

E aí, que desde que tomei essa decisão que as coisas acontecem. Muito rápido. Marido diz que é o momento certo, a hora certa. Eu também tenho essa impressão. É como se o universo, as estrelas e os planetas estivessem alinhados para que, depois de tanta espera, a minha vida começasse a entrar nos eixos.

Está sendo tudo muito dinâmico. Estou tirando o pó da minha cabeça e estou me divertindo muito.

O melhor de tudo é aquela sensação que se tem de desenvolver projetos para o bem, de trabalhar por convicção e de poder interagir com as pessoas. Aí, em meio a tantos pensamentos e acontecimentos, entro no FB e leio a seguinte frase:

"Empower yourself and realise the importance of contributing to the world by living your talent. Work on what you love. You are responsible for the talent that has been entrusted to you." Catharina Bruns

Faz sentido!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Como não amar?

Fomos visitar a sogra esse final de semana. Ela mora em Hannover. Já tem 94 anos e muita coisa ela não consegue mais guardar na memória. Por exemplo: ela só lembra meu nome e sabe que sou casada com o filho dela.

Dessa vez, ela perguntou de novo a minha idade. Respondi. E ela:
- Mas, a diferença de idade de vocês é muito grande mesmo!

Marido, para fazer piada:
- É, quando eu tiver mais velho, ela vai ter (muss) que cuidar de mim.

Minha sogra:
- Vai ter? (Muss?). Vai ter não, pode! (kann)

Como não amar?  94 anos, outra geração, não muito "fit", mas sabe que exatamente que as pessoas têm escolhas e não obrigações.

Olhei para marido e falei em bom baianês:

- hahahahaha Se lascou!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Na oficina...

Levei minha magrela na terça-feira para uma oficina pertinho aqui de casa, que faz parte de um projeto social (vou falar mais sobre isso depois).

Marido tinha me dito que eu contasse com um custo de 50 euros, no mínimo, porque, além da mão de obra, claro, tinha que trocar as câmaras de ar, a borracha dos freios, lubrificar etc etc etc.

Quando eu cheguei pra deixar a bicicleta, umas 10h15, o cara fala: "Ah, é só para encher o pneu?" e eu: "Não, ela ficou dois anos num porão..." e ele: "Ahhhhh, já sei o que tenho que fazer. Passa aqui às 14h que vai estar pronta."

Às 14h tinha outro compromisso e não podia buscar, busquei no dia seguinte. Aí encontro a "bichinha" lá fora sorrindo pra mim querendo ser usada. Ele tinha trocado até o farol que estava queimado.

Pergunto quanto é e ele:
- Se você tiver, me dá aí 5 euros.

Olhei pra ele com a cara mais assustada do mundo:
- O quê!?!?! 5 euros?

Eu acho que ele pensou que eu não ia pagar... hahahaha

Um cara que estava próximo da gente falou:
- Se você cobrasse 15 ela pagava sem nem reclamar.

E ele:
- Ah, mas esse dinheiro é pro caixinha da Ong.

Pois, paguei os 5 euros e segui pedalando pra casa.

No próximo problema com a bicicleta, já sei exatamente para onde correrei. :)